O Pacote Contra a Inflação e a Fome – Pacic impulsionou o crescimento das importações agrícolas mexicanas do Brasil, entre elas as de carne de frango (125%), milho (63,9%) e arroz (210%) de janeiro a agosto de 2022, a taxas interanuais e medidas em valor, segundo dados do Ministério da Economia do Brasil.
Para neutralizar o efeito inflacionário sobre os preços dos produtos que integram a cesta básica e insumos, as Secretarias de Fazenda e Economia isentaram temporariamente 66 associações do pagamento de impostos de importação a partir de 17 de maio.
Nos primeiros oito meses deste ano, com o crescimento a taxas anualizadas mencionadas, as importações mexicanas do Brasil de carne de frango totalizaram 299 milhões de dólares; de milho, 96,2 milhões, e de arroz, 72,9 milhões.
Na América, o Brasil é o principal concorrente no comércio exterior agrícola dos Estados Unidos, que ocupa, por sua vez, a primeira posição como fornecedor do México nesse campo.
O México também importou 20,9 milhões de dólares de ovos de aves no mesmo período, outro produto incluído no Pacic, o que representa um aumento ano-a-ano de 109%.
Outro produto isento de impostos em decorrência do Pacic é a carne suína.
Antes da publicação do decreto relativo ao Pacic, o México aplicava uma tarifa de 75% às importações de carne de frango; 45% aos de ovos de aves; 20% aos de milho e 9% aos de arroz, provenientes de países com os quais não mantém acordos comerciais bilaterais ou regionais e que fazem parte da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O saldo geral
Considerando todos os produtos, de janeiro a agosto de 2022, as exportações do México para o Brasil somaram 4.541,2 milhões de dólares, enquanto o fluxo em sentido contrário foi de 3.222,6 milhões.
A invasão da Ucrânia pela Rússia aumentou a escassez de insumos industriais e exacerbou as rupturas nas cadeias globais de valor, o que contribuiu para o aumento adicional do preço das matérias-primas e gerou pressões inflacionárias na economia global, que atingiram níveis não vistos em décadas.
Esses impactos fizeram com que muitos bancos centrais, incluindo o Banco do México, aumentassem as taxas de juros com o objetivo de moderar a inflação por meio da contenção de gastos diante da impossibilidade de oferta global atender à demanda.
Como resultado do exposto, espera-se uma taxa de crescimento global menor do que o previsto no início do ano.