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Países do Golfo podem comprar alimentos do Brasil

<p>O GCC importa mais de US$ 12 bilhões em alimentos ao ano.</p>

Redação (19/08/2008)- Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), bloco econômico formado por Catar, Omã, Bahrein, Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, importam mais de US$ 12 bilhões em alimentos ao ano. A demanda gera fortes possibilidades de negócios para produtores de alimentos como o Brasil.

A escassez de produtos agrícolas, somada à demanda crescente no mundo todo, está gerando uma forte alta nos preços de produtos alimentícios básicos, como arroz, trigo, derivados do leite e óleo de cozinha em todo o Oriente Médio, de acordo com o site do jornal árabe Gulf News.

Desde o ano 2000, o preço dos alimentos no mercado internacional cresceu 75%. O trigo, por exemplo, teve aumento de mais de 200% no período entre 2000 e 2008. Arroz e soja também bateram recordes de preço e o milho atingiu o maior valor dos últimos 12 anos. E o alto custo dos cereais elevou preços da carne bovina, frango, ovos e laticínios.

De acordo com Mohamed Adel El Ghandour, especialista em agricultura e responsável pelo Departamento Internacional da empresa Egypt Green, o país do GCC que mais importa alimentos é a Arábia Saudita. Em segundo lugar vêm os Emirados Árabes Unidos, que importam mais de 3 bilhões de euros em alimentos ao ano, ainda segundo o Gulf News.

Nos Emirados, os alimentos tiveram aumento de 30% em 2007 e, para este ano, a previsão é de que a taxa chegue a 40%. Por isso, afirmou El Ghandour, Emirados e Arábia Saudita assinaram acordos internacionais para garantir sua segurança alimentar e diversificar seus recursos agrícolas. Conforme noticiado anteriormente pela ANBA, alguns países do GCC vêm investindo em lavouras em outros países, principalmente na África.

Os Emirados Árabes Unidos, ainda segundo El Ghandour, estão analisando a possibilidade de adquirir cerca de 40 mil hectares de terra no Paquistão, a um custo de US$ 500 milhões. Os Emirados também estão desenvolvendo um projeto agrícola no Sudão, país árabe situado na África. A lavoura utiliza tecnologia de ponta e ocupa uma área de 28 mil hectares.

Ele destacou as vantagens do investimento agrícola nos países do Mercado Comum da África Oriental Austral (COMESA) e da Bacia do Rio Nilo, que contam com água potável, mão-de-obra qualificada e barata e terras férteis em abundância. Para El Ghandour, o continente africano, principalmente os países da Bacia do Nilo, representam uma esperança para os países árabes obterem segurança alimentar.

El Ghandour afirmou que o Sudão, em particular – que além de ter água e terras férteis, fica próximo das nações do GCC –, é uma boa opção para investimento em agricultura. Segundo ele, carne bovina, leite e peixes são prioridades para os países árabes no setor de alimentos.