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Para retornar à Rússia, carne suína tende a subir

<p>Governo e indústrias do setor tentam mais uma negociação para pôr fim à proibição.</p>

Redação SI (25/08/06)-  Preocupados com a demora da Rússia de levantar o embargo à carne suína de seis Estados brasileiros, governo e indústrias do setor tentam mais uma negociação para pôr fim à proibição. Dessa vez, a discussão se dá em torno do preço da carne suína exportada para o país. O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes, disse ontem em Florianópolis, que foi enviada uma carta ao governo russo assegurando que as indústrias brasileiras estão dispostas a estabelecer uma política não-predatória, sugerindo aumento nas cotações de venda para os russos.

A carta foi enviada após uma série de tentativas frustradas de negociação com os russos para reabrir as compras, embargadas por conta do ressurgimento da aftosa no Brasil, em outubro do ano passado. Na ocasião, a Rússia suspendeu as compras de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Reabriu, até agora, apenas Rio Grande do Sul e Mato Grosso, o que causou grandes transtornos, especialmente na produção catarinense, a maior do país, que teve cerca de 100 mil suínos represados no campo.

A resistência da Rússia se deve ao fato de que o governo quer proteger a produção local de suínos, que vem crescendo e teme a “inundação” com o produto brasileiro.

Guedes, que diz não ver motivações técnicas para a continuidade do embargo, afirmou que nesta semana também falou ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, da necessidade de uma presença mais efetiva dos diplomatas brasileiros nas negociações com os russos.

O ministro disse que a carta não sugere um novo preço, mas representantes do setor já falam em um valor superior em pelo menos 30% ao que era praticado antes do embargo. Até novembro passado, a carne suína catarinense era vendida por cerca de US$ 1.400 por tonelada aos russos, abaixo do que se cobrava de outros países importadores.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) e da Coopercentral Aurora, José Zeferino Pedrozo, diz que o valor de venda aos russos poderia ser próximo ao que vem sendo praticado pelo Rio Grande do Sul, em torno de US$ 2.100/tonelada.

Desde o início do ano, o preço do suíno vinha em queda acentuada em Santa Catarina e chegou a ser vendido a menos de R$ 1 o quilo vivo por produtores independentes. Nas últimas semanas, as cotações chegaram a R$ 1,85. O inverno e as negociações com grandes redes de varejo para ofertas de carnes suínas explicam a alta.