O aumento dos preços domésticos dos grãos este ano pode pressionar as margens da indústria de aves e suínos. Segundo os executivos da JBS, para suprir esta alta dos custos, os preços dos produtos da marca Seara teriam de subir 5,5% para compensar. No entanto, eles não deixaram claro se a empresa deverá repassar ou não esse incremento. Eles ponderaram que esta alta foi algo “exagerado” e que os preços devem se recuperar no curto prazo.
O valor à vista em reais do indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou ontem R$ 40,75 a saca de 60 quilos, alta de 34% em relação ao registrado em igual período do ano passado.
A Seara deve continuar focada na exportação. Os executivos, no entanto, afirmaram que, na parte de suínos, a Rússia não pode ser considerado um mercado estratégico. O país era até o fim do ano passado o principal mercado para a carne suína brasileira, mas fechou as portas em 1º de dezembro, alegando questões sanitárias. “Eles estão buscando a autossuficiência nesse setor”, disse o presidente global de operações, Gilberto Tomazoni.
Em relação à bovinocultura, a JBS espera retomar este ano o mesmo patamar de volume de abates do terceiro trimestre de 2016. A empresa teve uma redução drástica desta atividade em 2017 de 14%, devido aos eventos fora da curva enfrentados no ano, como a Operação Carne Fraca, além da venda dos ativos da empresa na Argentina, Paraguai e Uruguai. “Fomos aumentando o abate ao longo do segundo semestre do ano passado e, por isso, houve um custo acima do normal”, disse o diretor de Relações com Investidores, Jerry O’Callaghan. “Esperamos voltar ao volume normal de abate de gado em 2018”.