O Brasil tem se tornado um país mais aberto para os parceiros internacionais. Negociações capitaneadas pelo Itamaraty, pelo Ministério da Agricultura e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços diminuíram burocracia e entraves para a realização de negócios.
Para especialistas, a longo prazo, essa nova estratégia do governo federal deve resultar na ampliação da participação brasileira nas transações internacionais.
Na agropecuária, um dos pontos mais fortes do País, o governo deu início a um projeto para ampliar a fatia do Brasil nas exportações globais. Em cinco anos, a meta é elevar de 7% para 10% a participação da produção brasileira nas vendas globais do agronegócio.
Por meio do Programa Acesso a Mercados (PAM-Agro), o Brasil espera atrair investimentos estrangeiros que contribuam para a retomada do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse sentido, o País tem trabalhado para minimizar burocracia e retirar entraves desnecessários ao comércio exterior.
Recentemente, fechou acordo sanitário e fitossanitário com os Estados Unidos para a comercialização de carne bovina in natura, o que colocou a defesa sanitária dos dois países em equidade. “Além do ganho financeiro, esse acordo é um reconhecimento da qualidade da defesa sanitária brasileira”, ponderou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
A partir desse acordo, o Brasil terá acesso a países que hoje não posssuem sistema de defesa sanitária e que, por isso, só aceitam os mesmos produtos que são aceitos pelos EUA. A entrada de carne in natura brasileira na maior economia do mundo reforça também argumentos para as negociações internacionais em andamento com outras potências, considerando que os norte-americanos estão entre os mais rígidos do mundo na liberação de mercadorias in natura para seu consumo interno.
O Brasil também tem avançado nas negociações com a União Europeia. Um acordo fechado recentemente vai ampliar em R$ 250 milhões as vendas brasileiras para o bloco.
O acordo foi assinado na Organização Mundial do Comércio (OMC) e permite a ampliação das vendas de alguns produtos agrícolas e animais. Segundo o Itamaraty, a intenção do governo é que os exportadores brasileiros se beneficiem do acordo comercial a partir do segundo semestre de 2016.
O País também tem buscado melhorar as relações com os vizinhos mais próximos e fechou dois acordos com a Argentina, o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, com corrente de comércio de cerca de US$ 23 bilhões, com superávit de US$ 2,5 bilhões para o Brasil.
Para elevar o comércio bilateral com a Argentina, foram adotadas duas medidas. A primeira delas cria o Certificado de Origem Digital. Já a segunda estabelece um acordo de cooperação para facilitação de comércio entre os dois países e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Essas duas ações têm objetivo de diminuir burocracia, tempo e custos nas transações comerciais entre os dois países.