Após um primeiro semestre complicado – principalmente entre os meses de março e junho – as exportações de carne suína no País voltaram a crescer em julho. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), no mês passado, foram exportadas 50,4 mil toneladas do produto, um crescimento de 14% frente aos 44,2 mil do mesmo mês do ano passado. Em valores, foram US$ 126,1 mil, alta de 16,4%. No acumulado entre janeiro e julho, a exportações continuam inferiores a 2012, com 290,9 mil toneladas, queda de 7%.
No Paraná, terceiro maior exportador do País, os números de julho não seguiram a tendência do mercado nacional. Este ano, foram exportadas 4 mil toneladas, contra 4,2 mil no mesmo mês de 2012, retração de 4,7%. No acumulado do semestre, a diferença no volume exportado é ainda mais significativa: 34,8 mil toneladas de 2012 para 22,8 mil toneladas este ano, queda de 34,3%. Em valores, a diminuição foi de US$ 80 mil para US$ 58,9 mil, retração de 26,3%.
De acordo com o presidente da Abipecs, Rui Eduardo Saldanha Vargas, o primeiro semestre ruim é justificado principalmente pela criação de uma barreira tarifária de comercialização do produto pela Ucrânia, entre os meses de março e junho. “Isto nos causou um desequilíbrio neste processo, já que exportamos por volta de 8 mil toneladas mês para aquele país. Na segunda quinzena de julho os números voltaram a se normalizar”, explicou.
Também é bem provável que a barreira tarifária do país do leste europeu durante todo o primeiro semestre tenha sido a principal causa da queda dos números estaduais. Isso porque, de acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Estado (Seab), no ano passado, 25% do volume exportado pelo Paraná foi para a Ucrânia. “O Paraná pagou caro neste primeiro semestre devido a esta questão. O volume passou de 25% para zero, o que faz muita diferença”, explica o administrador do Deral, Edmar Gervásio.
Outros países também diminuíram a importação, sendo o principal deles Hong Kong. “O país asiático é o principal comprador do Paraná, mas neste semestre houve queda no volume. Já Congo e Cazaquistão também pararam de comercializar, o que deve ter influenciado em 2% a menos nas exportações”, complementa o especialista do Deral.
Apesar das oscilações, a expectativa da Abipecs é que no segundo semestre a comercialização para o exterior ganhe um novo fôlego. “Esperamos uma normalização tanto no mercado interno quanto nas exportações. Acreditamos que até o final do ano poderemos fechar em 600 mil toneladas vendidas, um incremento de 11% em comparativo a 2012”, projeta o presidente da entidade, Rui Vargas.