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Paraná pode ter liderança nas exportações de frango

Posição deve ser atingida com o retorno das operações da Chapecó, em Cascavel.

Redação 08/07/2003 – O Paraná, maior produtor brasileiro de frangos, com 68 milhões de aves mensalmente alojadas, deve superar Santa Catarina e ocupar também, até o final do ano, o primeiro lugar nas exportações nacionais. O prognóstico é do presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná), Domingos Martins. O frango já é o terceiro produto na pauta de exportações do Estado, atrás do complexo soja e dos automóveis.

O retorno das operações da Chapecó em Cascavel, através da Globoaves, vai contribuir para que o Estado alcance essa marca, uma vez que terá “volume expressivo voltado para exportação”, ressalta Martins. No segundo semestre, acredita ele, pelo menos mais três empresas vão se estabelecer no mercado exportador  (nas regiões Norte e Nororeste). Hoje 17 estabelecimentos estão habilitados para exportar frangos no Paraná. Além disso, os frigoríficos, que estão operando com 70% da capacidade instalada, devem reduzir a ociosidade nos próximos meses.

Nos cinco primeiros meses do ano, o setor avícola faturou US$ 170,8 milhões com as exportações contra US$ 104,3 milhões no mesmo período do ano passado. Um crescimento de 63,6%. Para se ter uma idéia Santa Catarina exportou US$ 204,5 milhões (3,6% a mais) e o Rio Grande do Sul, US$ 163,4 milhões (27,6%). A receita anual, em dólar, com as vendas internacionais de carne de frango deve aumentar 12% esse ano. O volume de negócios pulará de US$ 331,3 milhões para US$ 371 milhões anuais.

Frango pré-cozido


A partir de setembro, a cooperativa agroindustrial Lar, de Medianeira, passará a exportar frango pré-cozido, marcando a entrada do Paraná em um nicho de mercado praticamente inexistente no País. O investimento na planta é de R$ 6 milhões.

O Paraná exporta para várias regiões do mundo: os melhores clientes são a Rússia e o bloco formado pelos países que ficavam atrás da antiga “cortina de ferro”. No Oriente Médio, o Iraque voltou a importar o produto paranaense depois de cinco anos. A retomada das exportações são fruto das mudanças políticas no país, acredita Martins. O mercado asiático também está crescendo.

Volumes

Com produtos de maior valor agregado, o Paraná já figura com a segunda maior receita nas exportações de frango do País, mesmo com volume um pouco abaixo do Rio Grande do Sul. De janeiro a maio, as indústrias avícolas paranaenses embarcaram 200,8 mil toneladas (26,5% do total do País), 83,6% mais que no mesmo período de 2002. O Rio Grande do Sul exportou 205,4 mil toneladas (27,1%) e Santa Catarina, 250 mil toneladas (33%). No acumulado do ano, o Brasil vendeu 757,2 mil toneladas de frango, volume 45,7% maior que no ano passado, enquanto a receita cresceu 25,4%, totalizando US$ 607,8 milhões.

Em maio, as exportações brasileiras somaram 129 mil toneladas, 36,7% mais que em maio de 2002. As vendas somaram US$ 114,4 milhões, valor 42,9% superior ao ano passado. No Paraná, o crescimento foi de 77,5% no volume embarcado (33,3 mil toneladas) e de 75,8% na receita (US$ 30,8 milhões). Na comparação com abril, a receita das exportações brasileiras de carne de frango caiu 5,5% e o volume diminuiu 10,5%.

No Paraná, houve retração de 10,2% no faturamento e de 13,9% na quantidade. De acordo com o presidente do Sindiavipar, esse recuo foi atípico, em função da renegociação das cotas para a Rússia, mas deve ser revertido nos próximos meses. “O Paraná representava mais da metade do volume destinado à Rússia, que foi diminuído em 25 mil toneladas nesse ano, mas estamos ampliando os negócios com países da antiga União Soviética”.