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Exportação

Paraná puxa avicultura

Setor paranaense ajuda recuperação do cenário externo. O volume de exportações de frango de corte no Estado cresceu 9,51%.

O bom desempenho do segmento avícola do Paraná no mês de abril alavancou o crescimento da cadeia da avicultura brasileira no último mês. Esse cenário retrata uma recuperação do mercado após um primeiro trimestre de instabilidade devido à crise econômica mundial. Segundo levantamento do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), no mês de abril o estado superou o crescimento da média nacional em volume de exportações. De março para abril, a avicultura paranaense apresentou crescimento de 9,51%, passando de 76.411.480 quilos para 83.683.960 quilos. No mesmo período, o crescimento nacional foi de 8,46%, com 318.771.706 quilos exportados no mês passado.

Em faturamento, o Paraná também apresentou crescimento no último mês. Entre os meses de março e abril deste ano, o Paraná acumulou crescimento de 13% no faturamento das exportações, passando de 97.968.656 dólares em março para 110.766.841 dólares em abril. De acordo com o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, esse cenário retrata uma recuperação do mercado avícola neste período de crise econômica mundial. Segundo ele, a meta agora é promover uma crescente nas exportações de produtos industrializados. “Temos o objetivo de exportar produtos com maior valor agregado, trazendo maiores ganhos para a avicultura de corte paranaense, aumentando a representatividade do setor na cadeia do agronegócio do Estado e do Brasil”, informou. Outro fator que contribuiu para o maior faturamento da atividade, explica Domingos Martins, é a recuperação no preço da carne de frango, principalmente dos cortes específicos, no mercado externo.

A retomada no ânimo do segmento avícola, com os preços ganhando estabilidade e boas perspectivas para a renovação de contratos com mercados já consolidados traz otimismo para o setor. “Nossa expectativa é de aumentar em 10% os embarques do frango paranaense neste ano, principalmente no segundo semestre, fruto da ampliação de aviários, indústrias e estrutura de estocagem ocorrida nos últimos anos pelo setor”, revelou o presidente do Sindiavipar.

Devido aos efeitos da crise econômica mundial o segmento ainda acumula queda nas exportações no primeiro quadrimestre do ano. No acumulado do ano, o Paraná apresenta queda de 11,75% no faturamento das exportações. Nos quatro primeiros meses de 2008 foram obtidos 439.695.891 dólares com as vendas de frango de corte no mercado internacional contra 388.003.052 dólares neste ano. Em volume de exportações, entretanto, o segmento já apresentou recuperação, com alta de 3,41% no acumulado do primeiro quadrimestre do ano – passou de 281.339.880 quilos para 290.948.689 quilos neste ano. Essa diferença, explicou Domingos Martins, já era esperada, pois no início do ano muitos contratos com investidores internacionais tiveram que ser renegociados em virtude da crise.

Para atingir a meta de crescimento nas exportações até o final do ano, a principal aposta paranaense é a ampliação de negócios com mercados já consolidados e a conquista de novos mercados consumidores. “Há uma expectativa global de aumento no consumo de proteína para este ano. O mundo irá consumir mais carne de frango e o Brasil se torna um importante fornecedor da proteína. Por isso, estamos trabalhando para perpetuar e ampliar contratos com mercados já consolidados além de buscar novos mercados, em especial na China e em Cuba. A China, por ter recentemente aberto o seu mercado para a compra do produto brasileiro, se torna a principal aposta para novas comercializações, tendo potencial inclusive para em pouco tempo se transformar no principal mercado comprador do frango de corte brasileiro”, informa Domingos Martins.

Ajuste de mercado

No cenário interno, a avicultura paranaense mantém o ajuste de produção iniciado em janeiro. A decisão, que envolve toda a cadeia de frango de corte do Brasil, foi a estratégia para equilibrar a oferta e a demanda do produto no cenário interno, devido à queda das exportações com a crise. No início do ano, o segmento propôs a redução em 20% no plantel de frango de corte alojados por mês. No Paraná, a orientação do Sindiavipar é a de que cada empresa realizasse seu ajuste de mercado dentro do ritmo de suas exportações.

No acumulado janeiro-abril deste ano foram abatidos 388.590.552 cabeças de frango no Estado, queda de 3,55% comparado ao mesmo período do ano anterior, quando haviam sido abatidos 402.928.654 cabeças.

Segundo o presidente do Sindiavipar, o ajuste de mercado se faz necessário para afastar a possibilidade de crise sobre esse importante setor do agronegócio brasileiro, equilibrando a oferta e o consumo de frango no cenário interno. “Nos últimos meses, enfrentamos uma diminuição nas exportações de frango do Brasil, em virtude da crise econômica mundial, que traz como consequência a falta de crédito para viabilizar as exportações nacionais. Com isso, a demanda que não vai para exportação fica para o consumo interno. Então, para equilibrar a oferta e a demanda, tanto no cenário externo quanto no interno, propomos esse ajuste de produção”, explica Domingos Martins.

Representatividade nacional

Com o desempenho obtido no primeiro quadrimestre do ano, o Paraná representa atualmente um quarto de todas as exportações de frango de corte do país. Entre janeiro e abril deste ano, foram exportados 290.948.689 quilos de frango, o que corresponde a 26,04% do volume total da proteína exportado pelo país. No faturamento, a participação paranaense é de 24,82% no primeiro quadrimestre do ano.