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Economia

Parceria Brasil-Índia

Países discutem acordo na agricultura. Biocombustíveis devem ser foco da possível parceria entre brasileiros e indianos.

Os governos brasileiro e indiano deram início a discussões para definir parcerias na produção agrícola. Os ministros da Agricultura Wagner Rossi (Brasil) e Sharad Pawar (Índia) reuniram-se nesta sexta-feira, 10 de setembro, em São Paulo, para uma rodada de conversações. O governo da Índia quer incentivar a produção de etanol de cana-de-açúcar no Brasil, como forma de criar novas possibilidades de negócios entre os países e contribuir no processo de transformação do biocombustível em commodity.

“O peso político e econômico da Índia é considerado importante e queremos uma parceria estratégica”, disse Wagner Rossi. “Os nossos governos querem estimular a formação de joint ventures entre grupos privados dos dois países”. Além das autoridades, a comitiva indiana incluiu empresários daquele país.

Na audiência com os indianos, o ministro Wagner Rossi falou sobre o desempenho da agricultura brasileira, destacando as sucessivas quebras de recordes de safra, e o empenho do governo Lula em promover formas de energia limpa e renovável. Além disso, ele apresentou as linhas gerais das políticas públicas do governo federal que fomentam, ao mesmo tempo, o aumento da produtividade no campo e a preservação do meio ambiente.

Agroenergia

A comitiva de autoridades e empresários indianos mostrou-se particularmente interessada pela experiência brasileira no programa de agroenergia, especificamente na produção de etanol. Eles querem entender o desenvolvimento do setor alcooleiro e vislumbram a possibilidade de ampliar as relações comerciais entre os dois países.

Em visita ao Brasil desde quarta-feira, o ministro Sharad Pawar e as demais autoridades e empresários indianos estiveram reunidos com empresários brasileiros. A comitiva chegou a visitar uma usina no interior de São Paulo, cuja participação acionária foi adquirida por um grupo empresarial indiano.

De acordo com o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, os indianos buscam parcerias e investimentos em outros países para abrir o mercado internacional do biocombustível. “Eles estão desenvolvendo um programa de mistura de etanol à gasolina que tem como meta atingir 10% no próximo ano, o que vai gerar demanda pelo produto, tanto no mercado interno, quanto externo”, disse.

A medida é considerada estratégica pelo governo brasileiro. Para o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, um possível incremento no número de países oferecendo a commodity vai resultar em menores riscos para os investidores e o próprio mercado. “Isso é muito importante para o Brasil”, comentou.

Na avaliação do ministro Wagner Rossi, a confiança de investidores indianos no mercado brasileiro é crescente e mostra o potencial do setor. Ele saudou a presença do empresário indiano Narendra Murkumbi, CEO da Shree Remuka Sugars Ltd, que acompanhou a comitiva do ministro Sharad Pawar.

Apontada como um dos maiores grupos indianos do setor sucroenergético, a empresa formou uma joint venture no interior de São Paulo, para a produção de açúcar e etanol. O grupo destaca-se como um dos maiores fornecedores de açúcar e etanol da Índia.

“Ações como essa demonstram a importância do setor e a confiança em investimentos no Brasil”, salientou Rossi. Ele comentou que governo e iniciativa privada têm cumprido bem o papel de disseminação dos biocombustíveis como fonte de energia limpa e renovável.