Os criadores de gado do Rio Grande do Sul comemoraram a liberação para exportar carne in natura para os Estados Unidos, autorização esperada há 15 anos, mas o consumidor está preocupado com uma nova alta nos preços do produto. A previsão é que a venda de carne in natura para os Estados Unidos comece em agosto.
A notícia da abertura do novo mercado, que é praticamente uma vitrine para o mundo, foi muito bem recebida por criadores de Uruguaiana, na fronteira oeste do estado.
“A carne bovina subiu em torno de 60% a 70% desde janeiro. Eu dou uma sugestão de migrar para o suíno ou para as aves”, diz Ivan Vieira, dono de açougue.
O surgimento de mais um mercado no exterior preocupa alguns consumidores. “A gente é acostumado só a importar, mas exportar também é bom desde que não suba aqui”, diz a comerciante Carla Bittencourt.
Os pecuaristas dizem que os preços, que já estão caros, não sofrerão mais reajustes. O economista da Federação da Agricultura (Farsul), explica que as exportações serão destinadas para um consumidor de alto poder aquisitivo.
“A carne que nós vamos produzir para vender para os Estados Unidos já é uma carne de alto valor agregado e com preço bastante elevado. É uma carne diferente da que é produzida para o Rio Grande do Sul”, conta Antônio da Luz.
Já o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs) não descarta aumento, mas acha difícil acontecer. “No Rio Grande do Sul nós já estamos em um patamar de preços bastante perigoso. Já tem resultado em diminuição de consumo. Nós estimamos que qualquer movimento de mercado possa ser equilibrado com o que já acontece no Estado, que é a busca de cortes e carnes de outros estados, justamente para equilibrar o mercado interno”, diz Ronei Alberto Lauxen.