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Economia

Pedidos de indenização ao Proagro aumentam 42%

Com safra menor, agricultores recorrem ao Proagro para recuperar prejuízos nas plantações.

A safra brasileira de grãos, fibras e cereais voltou a encolher, os pedidos de indenização ao seguro oficial (Proagro) aumentaram 42% e 569 municípios dos três Estados do Sul e de Mato Grosso do Sul já registraram danos sérios com a longa estiagem.

Em atividade desde o início de abril, o fenômeno “La Niña”, que resfria as águas do Oceano Pacífico, deixou um rastro de prejuízos nas lavouras e levou o governo federal a reconhecer situação de emergência em 78 municípios dos quatro Estados. O Banco Central recebeu 66,8 mil comunicados de perda potencial de lavouras. Na safra anterior, foram 47 mil notificações. Até quinta-feira foram comunicados 29,3 mil pedidos no Rio Grande do Sul; 28 mil no Paraná; 8 mil em Santa Catarina; e 400 em Mato Grosso do Sul. O índice de pedidos de indenização chegou a 11,7% do 570 mil operações cobertas pelo seguro oficial.

A estiagem já levou outros 316 municípios a pedirem oficialmente auxílio ao Ministério da Integração Nacional. E mais 175 prefeituras já notificaram o governo por causa da seca.

Os estragos da seca prolongada já provocaram a perda de 7,52 milhões de toneladas da atual safra, sobretudo em lavouras de milho, soja e algodão – 4,73 milhões toneladas no Sul e 665 mil em Mato Grosso do Sul, segundo estimativa divulgada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produtividade média da safra, também atropelada pelo “La Niña”, recuou 10,3% na região Sul e 4,8% em Mato Grosso do Sul.

A safrinha de inverno do milho teve “prejuízos significativos”, segundo a Conab, e a produtividade da safra de verão do grão sofreu impactos na fase final do ciclo de produção. Até aqui, as perdas chegaram a 7,3 milhões de toneladas nas duas safras de milho (-12,4%) e a 2,4 milhões nas lavouras de soja (-4%). Os produtores de algodão perderam 350 mil toneladas de pluma (-22%) com a estiagem. No total, os produtores devem colher 136,6 milhões de toneladas de grãos, fibras e cereais na atual safra. O resultado, se confirmado, será 5,2% inferior ao recorde de 144,1 milhões da temporada 2007/08.

Desde março, o Ministério da Integração Nacional reconheceu situação de emergência em 71 municípios gaúchos e sete sul-mato-grossenses. Em análise, estão 26 pedidos do Rio Grande do Sul, três de Santa Catarina (Xaxim, Guaraciaba e Chapecó), um do Paraná (Renascença) e outro de Mato Grosso do Sul (Deodápolis).

Os Estados registram, em estágio inicial, a decretação de emergência em 183 municípios gaúchos, 95 catarinenses, 31 paranaenses e sete sul-mato-grossenses. O ministério informa ter recebido 164 notificações recentes do Rio Grande do Sul, oito de Santa Catarina e três do Paraná.

A maior retração na atual safra foi no milho safrinha, a mais atingida pela estiagem. A nova previsão da Conab prevê uma safrinha de 17,41 milhões de toneladas – ou 624 mil toneladas abaixo da projeção anterior. As maiores quebras são no Paraná e Mato Grosso.

As plantações de soja também foram atingidas e registraram uma redução de 518 mil toneladas ante a última estimativa. Assim, devem ser colhidas 57,62 milhões de toneladas da oleaginosa. Na liderança, Mato Grosso deve colher 18 milhões de toneladas. O Paraná, 9,57 milhões, e o Rio Grande do Sul, 7,84 milhões de toneladas.

Pela primeira vez, a Conab reduziu as previsões para a safra de feijão. A colheita total será de 3,76 milhões de toneladas, recuo de 47,6 mil toneladas ante o mês anterior. Outra surpresa foi a redução de 30,9 mil hectares na área cultivada. Mesmo assim, a colheita de feijão deve superar em 6,9% a safra passada. A projeção para o arroz também prevê incremento, de 138,4 mil toneladas, somando 12,81 milhões de toneladas.