Os pedidos de recuperação judicial por parte de proprietários rurais que operam como indivíduos aumentaram drasticamente no setor agropecuário brasileiro em 2023 em comparação com o ano anterior, conforme apontado pela Serasa Experian. Segundo a pesquisa da empresa, foram contabilizados 127 pedidos de recuperação ao longo do ano passado, em contraste com os 20 de 2022. Houve um aumento de 62% dos pedidos do terceiro para o último trimestre.
Marcelo Pimenta, responsável pelo agronegócio na Serasa Experian, comentou que esse cenário já era esperado, porém, destacou a preocupante rapidez com que os pedidos estão se multiplicando trimestre após trimestre. Ele ressaltou: “Além das questões climáticas, o panorama econômico, tanto nacional quanto internacional, não contribuiu para a estabilidade financeira no campo.”
Os produtores rurais que mais recorreram à recuperação judicial foram aqueles com maiores áreas cultivadas com soja, seguidos por proprietários de pastagens e plantações de café. Os estados com maior registro de recuperação judicial foram Mato Grosso e Goiás. Além disso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Roraima também apresentaram um número significativo de solicitações.
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De acordo com a Serasa Experian, os principais grupos que solicitaram recuperação judicial foram arrendatários de terras e grupos familiares ou econômicos ligados ao setor, totalizando 44 pedidos. Proprietários de grande porte fizeram 35 pedidos, enquanto os médios e pequenos proprietários solicitaram 25 e 23 vezes, respectivamente.
Marcelo Pimenta enfatizou que as margens de lucro mais estreitas, as altas taxas de juros, a perspectiva de preços internacionais de grãos em baixa e a necessidade de incentivos para regularizar obrigações financeiras estão se tornando cada vez mais urgentes.
