Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Pedrozo: Cadeia avícola rejeita sobretaxação da União Européia

<p>A cadeia da avicultura industrial brasileira está indignada com a manifesta intenção da comunidade econômica européia em punir produtores e exportadores brasileiros.</p>

Redação AI (14/09/06)- Apesar das discussões no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) para eliminar o protecionismo comercial dos países desenvolvidos, a União Européia volta a ameaçar o Brasil com novas sobretaxas. A cadeia da avicultura industrial brasileira está indignada com a manifesta intenção da comunidade econômica européia em punir produtores e exportadores brasileiros, de acordo com o presidente da Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo.

Pedrozo explicou que os exportadores brasileiros já pagam cerca de 1.450 euros de tarifa extracota e salvaguardas agrícolas por tonelada de carne exportada de frango in natura. Esse encargo absurdo garante ao Brasil apenas o acesso de uma parte do restrito mercado importador europeu que representa 5% do consumo interno daquele continente.

O presidente da Coopercentral reclama que, agora, os europeus decidiram limitar as importações de produtos de carne de aves industrializada, de maior valor agregado, que o Brasil vem produzindo e exportando com competência e qualidade internacional. Essa ameaça representa não só uma limitação ao crescimento das exportações de aves industrializadas ao mercado europeu, assim como uma forte barreira ao desenvolvimento, que o país vem experimentando, de exportar produtos com maior valor agregado.

O dirigente informou em primeira mão que, reunida em Genebra, na Suíça, ontem, a Comunidade Européia demonstrou disposição para negociação. O encontro não produziu nenhum decisão pois haverá uma nova rodada de negociação dentro de duas semanas. Entretanto, nas propostas para definição de cotas, a CE evoluiu das 231.168 toneladas  de quota global para 322.764 toneladas, assim composta: 170.844 toneladas de cortes salgados, 64.580 toneladas de frango processado (industrializado) e 87.340 toneladas de carne de peru processada.

Ao lado de outras quinze entidades do agronegócio, Pedrozo subscreveu manifesto protestando contra o protecionismo europeu e colocando que o consumidor europeu tem o direito de saber que paga o dobro do preço pelo frango que consome justamente por causa do alto custo de produção de carne avícola européia, fortemente subsidiada. Reclama que se a União Européia quer realmente praticar o livre comércio que prega no seu discurso oficial e na Organização Mundial do Comércio deve repensar o protecionismo do setor avícola.

DESIGUALDADES

O presidente da Aurora e da Faesc alerta que a decisão de aplicar tais medidas protecionistas poderá prejudicar, de forma irreversível, qualquer progresso futuro tanto nas negociações comerciais entre União Européia e Mercosul quanto nas negociações da Rodada de Doha.

José Zeferino Pedrozo realça que o setor avícola nacional emprega 4 milhões de pessoas e representa 1,5% do PIB. Em 2005 o setor exportou 2,84 milhões de toneladas para 150 países e obteve divisas da ordem de U$ 3,5 bilhões de dólares.São dezenas de milhares de produtores de aves integrados, centenas de empresas beneficiadoras e dezenas de empresas exportadoras, todos distribuídos em 14 Estados da federação.