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Período da quaresma anima donos de granjas

Como a procura por carne diminui, o consumo e o preço do ovo aumentam. A satisfação só não é completa porque os custos de produção aumentaram pelo menos 30% desde o ano passado.

Donos de granjas comemoram o bom preço pago pelos ovos no período da quaresma. A satisfação só não é completa porque os custos de produção aumentaram pelo menos 30% desde o ano passado. O grande vilão é o milho, que representa 60% da ração. O preço da saca do grão subiu quase 100%.
São os quarenta dias mais esperados do ano. A quaresma, período que separa o carnaval da Páscoa, impulsiona a venda nas granjas. O crescimento vai de 15% a 20%.
No período, diminui a procura por carne, principalmente na região Nordeste. O alimento com proteína semelhante é o ovo, por isto o consumo e o preço aumentam. A caixa com 30 dúzias está sendo vendida por R$ 56, cerca de R$ 6 a mais do que no mesmo período do ano passado. Além da quaresma, outro fator que contribuiu para o preço mais alto foi o descarte antecipado das galinhas menos produtivas, feito por produtores que tiveram prejuízos no ano passado, o que acabou diminuindo a produção.

A diferença este ano são os custos de produção. O produtor está pagando em média, pela ração, 30% mais do que em 2010. Desde o final do ano passado, o milho teve a oferta diminuída e o preço elevado.
A saca do milho, que custava R$ 18, subiu para R$ 32. Na granja Macaco, que produz 200 mil ovos por dia, o gerente, Neto Comisso, diz que os custos aumentaram, mas os preços estão satisfatórios.
“A matéria-prima está bastante cara. O frete encarece bastante a vinda do milho para cá. O custo está bastante alto. E aí, em conseqüência, o preço tem que ser mais alto. Isto não justifica que você tenha um lucro muito grande porque a atividade vem de período de prejuízo e tem que recuperar tudo isto”, avalia Comisso.
Para o diretor-executivo do Instituto Ovos Brasil, José Roberto Bottura, houve falta de atenção por parte do governo com o mercado interno.
“O Brasil está com poucos estoques de milho, exportou alguma coisa sem levar em consideração o mercado interno. Então, a escassez leva ao aumento de preço. Uma outra coisa que tem que considerar é que existe milho no país, mas está nas mãos das grande traders. Isto é especulação”, defende o diretor-executivo.
Bottura fala também sobre como deve ser o comportamento do produtor.
“A recomendação é que ele preste muito atenção, para buscar manter somente em produção os lotes mais produtivos, que você consiga ter um produto de boa qualidade. Os lotes mais velhos degradam a qualidade da casca… para poder equilibrar a oferta do produto com a procura do mercado”, conclui José Roberto Bottura.