Ainda faltam algumas etapas e o início efetivo das vendas deve demorar de quatro a seis meses, mas o parque agroindustrial de processamento de carnes de Santa Catarina comemorou a aprovação do Brasil como fornecedor de carne suína pela Comissão de Risco de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura, Pesca e Florestas do Japão, ocorrida nesta segunda-feira, em Tóquio: agora, este Estado da região sul do Brasil está credenciado a fornecer carne suína ao consumidor japonês.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Clever Pirola Ávila, realça que as relações entre os dois países na área de carnes estão evoluindo muito bem: a definição das regras sanitárias para assinatura de um acordo sanitário já ocorreram nas esferas da saúde pública e da saúde animal.
O presidente do Sindicarne comemora mais uma etapa vencida para a abertura do mercado do Japão à carne suína de Santa Catarina, único Estado livre de febre aftosa sem vacinação no país. “Neste momento superamos a audiência pública Japonesa e iniciaremos as negociações do formato do futuro Certificado Sanitário Internacional”, enfatiza.
Ávila explica que as plantas de SC que serão habilitadas para exportação ao Japão serão conhecidas na definição do Certificado Sanitário Internacional, mas é provável que o Japão aceite a relação recomendada pelo Ministério da Agricultura.O presidente do Sindicarne acredita que serão aprovadas as mesmas plantas habilitadas para os Estados Unidos da América do Norte. Mas, o início efetivo dos negócios dependerá, ainda, de outras duas etapas: a definição por parte do Japão no formato da Emissão das Licenças de Importação e a vinda de Clientes ao Brasil para conhecer os futuros potenciais Fornecedores de Santa Catarina.
O dirigente lembra que o Japão consome cortes especiais de valor agregado (como já ocorre com frangos) . São produtos exclusivos para os japoneses, produção sobre o qual haverá uma preparação da Indústria Catarinense para a adaptação do processo produtivo e habilitação da Equipe Operacional.
A capacidade potencial do mercado japonês comprar carne catarinense é grande, pois trata-se do maior importador de carne suína do mundo com produtos de valor agregado. Mesmo assim, o Sindicarne julga difícil fazer uma previsão de quantidades e valores. A Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (ABIPECS) acredita que o Brasil fornecerá aproximadamente 15% das importações daquele país asiático em 2013.
O mercado japonês é o maior importador mundial de carne suína. Em 2011, o Japão importou cerca de 793 mil toneladas do produto, representando cerca de US$ 5,225 bilhões. Os principais fornecedores foram Estados Unidos e Canadá. Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne de aves in natura congelada para o Japão, com quase 90% de participação.
Na próxima quarta, dia 29, os secretários Enio Marques e Célio Porto, de Defesa Agropecuária e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, respectivamente, estarão em Tóquio para apresentar uma primeira proposta de certificado sanitário internacional (CSI) às autoridades do Japão. Na sequência, as autoridades do Japão deverão aprovar uma lista de estabelecimentos de abate que atendem as exigências de saúde pública em relação a higiene e controles laboratoriais.