Da Redação 20/05/2005 – O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário caiu 0,61% nos dois primeiros meses deste ano, na comparação com o resultado consolidado do final de dezembro de 2004. Apenas em fevereiro, a queda foi de 0,58%. Os números, divulgados nesta quinta, dia 19, são de estudo conjunto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
As perdas se concentraram na safra de grãos explicou o chefe do Departamento Econômico (Decon) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Getúlio Pernambuco. Exceções foram segmentos de café, cana-de-açúcar e laranja, que apresentaram recuperação de preços.
Com base nos dados acumulados do primeiro bimestre, a projeção é de que o PIB da atividade primária da agropecuária encerre 2005 em R$ 154,91 bilhões, 3,7% a menos que os R$ 160,65 bilhões do ano passado. Em 2003, o PIB da agropecuária foi de R$ 162,06 bilhões.
Isoladamente, a pecuária deverá apresentar PIB de R$ 65,28 bilhões no final do ano, crescimento de 0,09% na comparação com os R$ 65,22 bilhões de 2004. A agricultura, por sua vez, tem PIB projetado em R$ 89,63 bilhões, uma queda de 6% frente os R$ 95,43 bilhões do ano passado.
O conjunto do agronegócio que envolve não apenas a produção primária, “dentro da porteira”, mas também os segmentos de insumos, indústria e distribuição deverá apresentar PIB de R$ 545,08 bilhões em 2005. Caso a cifra se confirme, será um crescimento de 2,07% em relação aos R$ 533,98 bilhões do último ano.
De janeiro a março, o faturamento bruto do setor agropecuário caiu 13,6%, na comparação com igual período de 2004. Isso permite estimar que o Valor Bruto da Produção (VBP) brasileira será de R$ 169,9 bilhões em 2005, frente aos R$ 196,6 bilhões do ano passado. A queda no faturamento deve-se, principalmente, à redução da produção e dos preços médios reais.
No caso da soja, por exemplo, o VBP é estimado em R$ 24,99 bilhões para 2005, 38,1% a menos que os R$ 40,3 bilhões de 2004. A produção do grão ficou estagnada em torno de 50 milhões de toneladas nas últimas duas safras. Já o café apresentou recuperação de seu VBP e tem faturamento bruto estimado em R$ 10 bilhões para este ano, 16% a mais que os R$ 8,7 bilhões do período anterior.