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Economia

PIB bem abaixo do potencial

Uma das premissas para a inflação começar a ceder é o Produto Interno Bruto crescer abaixo do seu potencial.

Uma das premissas para a inflação começar a ceder é o Produto Interno Bruto (PIB) crescer abaixo do seu potencial. E foi isso que mostrou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho, divulgado ontem, assinalam economistas do governo.

Segundo esse indicador, no trimestre maio-julho, o produto está com uma taxa de crescimento anualizada de 2%. Pressupondo que o PIB potencial seja da ordem de 4,5%, como estima o mercado, a atividade econômica no país já anda bem aquém das suas possibilidades.

Entre fevereiro e abril, o PIB anualizado era de 4,5%. Essa desaceleração indica que a economia brasileira não crescerá os 4% que a presidente Dilma Roussef e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continuam a prognosticar para o ano. E entre maio e julho ainda não se contava, no governo, com o agravamento da crise na zona do euro e nos EUA e suas consequências sobre a redução do crescimento mundial.

Com base nessas informações, o Banco Central avaliou que há um acúmulo de fatores levando o produto para um patamar abaixo do necessário para fazer a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% em 2012.

Um analista de mercado que estimava o PIB em 5% no início deste ano, hoje trabalha com no máximo 3,5% contando só com a maturação das medidas de contenção do crédito (macroprudenciais), elevação dos juros e cumprimento da meta fiscal. “E ainda tem a crise externa para bater “, disse. O que o leva a crer que “o Banco Central vai acabar acertando”, ao ter reduzido os juros em 0,5 ponto percentual na última reunião do Copom.

Essa mesma fonte, que tem negócios com o México, disse que o Banco Central mexicano, segundo suas informações, teve reunião antes do Copom e também pensou em cortar os juros, mas preferiu deixar para  o próximo encontro.

O primeiro canal por onde a crise externa deve chegar na economia brasileira, segundo avalia uma outra fonte, é o do crédito. O crescimento da oferta de crédito no país para famílias e empresas tende a desaquecer significativamente, na medida em que os agentes econômicos vão vislumbrando esfriamento da economia brasileira.

Os sinais de uma maior parcimônia na concessão de crédito já começam a aparecer. Outra indicação seria as  grandes empresas começarem a postergar planos de investimentos. Um terceiro sinal, menos cotado dada a enorme liquidez internacional, tenderia a ser pelo encolhimento da oferta de linhas de financiamento ao comércio exterior.