PO Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio calculado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) registrou um crescimento de 0,17% no primeiro bimestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2013, impulsionado pela cadeia da pecuária e, especialmente, pelo desempenho da criação de animais dentro das fazendas.
A pecuária como um todo acumulou crescimento de 0,51% nos dois primeiros meses do ano, enquanto a agricultura registrou um aumento de renda bem mais tímido, de apenas 0,02%.
Na análise por etapas da produção, o destaque ficou para o segmento básico da agropecuária, ou seja, para a produção agrícola e a criação pecuária “dentro da porteira”. Entre janeiro e fevereiro, esse setor básico cresceu 0,35%. O destaque foi para a criação de animais, que teve um avanço mais expressivo (0,39%) que a agricultura (0,32%).
Também nos primeiros dois meses do ano, a indústria do agronegócio cresceu 0,16%, sendo que os processadores de animais (para produção de calçados, carnes e laticínios) se destacaram, com um crescimento de 1,14% no bimestre – muito acima do desempenho da indústria de processamento vegetal, que registrou leve alta de 0,01%.
Ainda de acordo com a CNA, o segmento de distribuição do agronegócio cresceu 0,14%, sendo que a distribuição de produtos da pecuária teve desempenho positivo de 0,69%, e de produtos agrícolas, retração de 0,1%.
Por fim, o segmento de insumos teve retração tanto para o setor agrícola (0,24%) como para a pecuária (0,01%), resultando numa queda de 0,15% no bimestre.
A metodologia de cálculo do PIB da CNA e do Cepea considera os preços correntes dos produtos, diferentemente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera preços constantes para os produtos avaliados.
Dessa forma, no primeiro bimestre de 2014, a elevação dos preços observada no período foi um do principais impulsionadores do crescimento do agronegócio, além do aumento dos volumes produzidos no campo.
Após uma queda de 3,46% nas cotações agrícolas em janeiro deste ano (na comparação anual), houve uma melhora nos preços em fevereiro, amenizando o recuo no fim do bimestre para 1,39%.
A CNA destacou em nota que espera para este ano uma safra 3,21% superior à colhida no ano anterior, com forte influência da expansão da soja. Nos cálculos da entidade e do centro de pesquisas da USP, apenas o faturamento da oleaginosa deve aumentar 7,49% no ano.
Além do grão, também estima-se elevação de renda na produção de algodão, arroz, feijão, laranja e trigo. Para o cacau e a uva, a projeção é de aumento de renda exclusivamente por causa dos preços, enquanto o aumento da quantidade produzida devem alavancar o crescimento das atividades de arroz, feijão, fumo e trigo. Já as culturas que devem apresentar um recuo de renda expressivo neste ano são batata, cebola e tomate, estima a CNA.
Para o segmento básico da pecuária, a perspectiva é de um crescimento de 19,58% superior à apurada no ano passado, resultado mais das quantidades produzidas do que das cotações.IB do agronegócio cresce 0,17% no primeiro bimestre, diz CNA