Da Redação 16/07/2004 – 06h02 – O Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro deverá atingir a marca de R$ 522,19 bilhões em 2004, o que representa crescimento de 2,7% na comparação com os R$ 508,27 bilhões registrados no ano passado. O cálculo é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), preparado a partir dos resultados acumulados pelo agronegócio entre janeiro e abril, o que permite projetar o PIB do setor para todo o ano.
O PIB da produção primária da agricultura deve atingir R$ 98,16 bilhões. Isso representa crescimento de 3,5% na comparação com os R$ 94,81 bilhões do ano passado. Para a produção primária da pecuária é estimado PIB de R$ 67 bilhões em 2004; 5,7% a mais que os R$ 63,39 bilhões de 2003.
As projeções são preparadas a partir de dados obtidos em pesquisa realizada pela CNA e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), levando em conta todas as etapas da cadeia do agronegócio, ou seja, a produção primária, os setores de insumos, indústria e de distribuição.
As novas estimativas são um pouco mais modestas do que calculadas pela CNA no início de junho, quando eram considerados os resultados do agronegócio entre janeiro e março. Na estimativa anterior, os dados permitiam projetar que o PIB do agronegócio chegaria a R$ 524,29 bilhões em 2004, ou seja, a nova estimativa, de R$ 522,19 bilhões é 0,4% menor que a anterior.
O chefe do Departamento Econômico da CNA, Getúlio Pernambuco, explica que a nova estimativa já considera fatores como os impactos da quebra de safra e da redução de investimentos do setor, que não haviam sido detectados no estudo anterior.
“Houve uma redução da estimativa para o PIB do agronegócio, mas ainda assim o setor terá um bom desempenho em 2004″, diz Pernambuco.
Ele explica que, em abril, o conjunto do agronegócio sofreu diversos impactos negativos, como a queda da produção de importantes culturas, como soja e milho, retração de venda de máquinas agrícolas e quebra de safra. Para os próximos meses é esperado um reaquecimento de máquinas agrícolas, devido à liberação de recursos para o Moderfrota dentro do Plano Agrícola e Pecuário 2004/2005. O crescimento do setor, porém, será mais lento que o registrado no ano passado, quando o PIB do agronegócio cresceu 6,54% na comparação com o resultado de 2002, de R$ 477,09 bilhões.
“Há expectativa de que na próxima safra ocorra uma redução do uso de tecnologia, ou seja, redução de gastos”, afirma.
É certo que haverá crescimento no setor, mas em ritmo mais lento, tendência comprovada por outro estudo da CNA, que calcula o faturamento da produção primária dos 25 principais produtos da agropecuária.
O VBP da agropecuária brasileira é estimado em R$ 182 bilhões para 2004, 3,4% a mais que os R$ 176 bilhões do ano passado. É esperado aumento do faturamento de 50,7% para o arroz e de 87,1% para o algodão em caroço. Outras culturas agrícolas deverão ter o VBP reduzido, como milho, trigo e laranja. No caso do milho, a queda no faturamento se deve à queda da produção, pela redução do plantio da segunda safra.
O VBP do setor da laranja se deve às reduções dos preços médios, devido à boa colheita na Florida, Estados Unidos. O setor de carnes apresenta crescimento de 3,5% no faturamento, devendo atingir R$ 65 bilhões. Destaque para o segmento de suínos, cujo VBP tem aumento estimado em 13,3% para este ano.