Redação (20/08/2008)- O Produto Interno Brasileiro (PIB) terá um crescimento de 150% até 2030 e passará dos atuais US$ 963 bilhões, registrados em 2007, para US$ 2,4 trilhões, em 2030. Os dados fazem parte de um estudo divulgado nesta terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela consultoria Ernest & Young.
A perspectiva é que a economia brasileira tenha crescimento médio de 4% ao ano entre 2007 e 2030 e salte da décima para a oitava posição entre as maiores do mundo.
Segundo o estudo, o aumento da escolaridade da mão-de-obra, que passará de 7,8 anos de instrução formal, em 2007, para 11,3 anos, em 2030, e o aumento médio da produtividade de 0,93% ao ano serão fatores determinantes para o crescimento brasileiro.
A FGV e a Ernest & Young projetam também uma ampliação do mercado de consumo brasileiro de R$ 1,41 trilhão, em 2007; para R$ 3,30 trilhões, em 2030, que levará o País a ter o quinto maior mercado consumidor do mundo. Hoje, o Brasil é o oitavo desse ranking.
Contudo, este crescimento trará novos desafios para as empresas de bens de consumo no Brasil. De acordo com os responsáveis pela pesquisa, estas companhias devem colocar como prioridade para os próximos anos os fatores: desenvolvimento de produtos e inovação; mudanças de demanda de consumo; marketing e marca; tecnologia de ponta; pressões de preços e riscos de precificação de matérias-primas; riscos da cadeia de fornecedores; estratégias de administração de fornecedores; alianças estratégicas e transações; ameaças legais e regulatórias; e estratégias de mercados emergentes.
Mundo
O estudo também faz considerações sobre o crescimento mundial. Ele aponta que o crescimento global entre 2007 e 2030 estará, em grande medida, condicionado ao desempenho dos Estados Unidos e dos países em desenvolvimento, sobretudo China, Índia e Brasil.
Os Estados Unidos continuariam sendo a maior economia do mundo, com altas taxas de produtividade e de remuneração de capital. A China se tornaria a segunda maior economia em 2017. Nas próximas duas décadas, o México e a Índia ultrapassariam a Espanha e o Canadá, situando-se logo abaixo do Brasil, que terá a oitava posição, de acordo com o estudo.
A América do Sul ganhará importância relativa em razão de seu crescimento econômico maior que o da média mundial, em especial o brasileiro, e da valorização de suas reservas energéticas (petróleo, gás, biodiesel e etanol), diz a pesquisa.
Outro dado do estudo é que o retorno dos investimentos de capital no Brasil se manterá mais elevado em comparação com os demais emergentes. O alto nível de investimento na China e na Índia estreitará o horizonte de oportunidades de negócios nesses países até 2030, enquanto Brasil e México oferecerão as melhores taxas de retorno, respectivamente de 24,2% e 23,6%