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Economia

PIB global deve manter ritmo fraco no 2º semestre

Economia global cresceu 2,7% no segundo trimestre deste ano, segundo levantamento de uma consultoria. Ritmo é o pior desde o começo de 2009.

PIB global deve manter ritmo fraco no 2º semestre

O crescimento da economia global ficou abaixo de 3% em termos anuais no segundo trimestre. Essa é a taxa mais baixa desde o começo de 2009, segundo levantamento da consultoria Capital Economics, de Londres.

As cifras do PIB para o segundo trimestre, comparadas ao primeiro, mostram a desaceleração nos EUA, zona do euro e Japão, que juntos perfazem 40% da produção mundial, enquanto houve pouca mudança na China.
 
Assim, o PIB global cresceu cerca de 2,7% anualizados entre abril e junho, em comparação aos 3,3% no primeiro trimestre, pelas estimativas da consultoria britânica, que não prevê melhoras no segundo semestre.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) já contava com um primeiro trimestre razoável, um segundo ruim e uma possível melhora no resto do ano. A projeção mais recente do Fundo, já revisada para baixo, é de crescimento de 3,5% da economia mundial neste ano e 3,9% no ano que vem.

No cenário de deterioração global, há também sinais positivos, como a resistência maior do que esperada da Alemanha e da França, na zona do euro, e de países como a Malásia, entre os emergentes asiáticos altamente dependentes de exportações.

Além disso, nos EUA, a maior economia do mundo, a produção de manufaturados continuou a crescer. A taxa foi de 0,5% em julho comparada ao mesmo período anterior e de 5% em um ano. Analistas mais céticos argumentam que o “Empire State Manufacturing Index” caiu para -5,9 em agosto, de +7,4, o que indicaria ainda declínio na produção industrial nos próximos meses.

A taxa anualizada de 4,1% nos EUA no quarto trimestre de 2011 passou para 1,5% no segundo trimestre. Mas uma revisão nas cifras do comércio exterior aponta para crescimento econômico próximo de 2% este ano. Aparentemente, no cenário atual, o Federal Reserve poderá não anunciar mais estímulos econômicos neste ano, na expectativa de vários analistas.

A Malásia também surpreendeu ontem, anunciando crescimento de 5,4% anualizado no segundo trimestre, ante 4,9% no trimestre anterior.

O resultado é atribuído à aceleração de investimentos, que cresceram 22% ao ano entre abril e junho. Os gastos de família aumentaram 8,8%. Já as exportações declinaram 2,1%.

O mercado financeiro acompanhava ontem também o eventual anúncio de novas medidas de estímulo no Brasil. A expectativa é a de que a China vai crescer mais no segundo semestre, respondendo melhor aos estímulos já adotados.

O grande peso na economia global continuará sendo a zona do euro. A expectativa é que a Espanha anuncie em breve mais alta do desemprego, que já bate o recorde de 24% da população ativa, em meio a recessão e austeridade.

Por sua vez, ata do Banco da Inglaterra (BoE, o BC britânico), indica que a economia do Reino Unido pode não estar tão fraca como sugerem os dados do segundo trimestre, e o novo programa de crédito para os bancos comerciais deve contribuir com a atividade no segundo semestre, informou a agência Dow Jones.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido recuou 0,7% no segundo trimestre, segundo dados preliminares. Para o banco central, a queda pode ser atribuída à perda de atividade ao longo do feriado do Jubileu de diamante da rainha Elizabeth.

“Há motivos para acreditar que deve haver uma retomada no aumento da demanda”, diz o documento. Os responsáveis pelas decisões de política monetária do Reino Unido dizem que é provável que a desaceleração da inflação estimule os gastos, enquanto o novo esquema de empréstimos aos bancos deve impulsionar o crédito às famílias.