Puxado pelos bons desempenhos das atividades primárias no campo, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do país calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) cresceu 2,99% de janeiro a abril deste ano em relação a igual intervalo de 2012.
Segundo levantamento divulgado ontem, no segmento primário o avanço no quadrimestre foi de 5%, superior aos incrementos estimados para insumos (3,29%), agroindústrias (1,64%) e distribuição (2,28%). A performance das atividades básicas foi melhor tanto na agricultura quanto na pecuária, graças à combinação de aumentos de volumes e preços nas duas frentes.
Na agricultura, o principal impacto positivo foi a recuperação da colheita de grãos na safra 2012/13 após a quebra observada em 2011/12, provocada por uma severa estiagem no Sul. A CNA realçou, porém, que houve quedas de faturamento nas cadeias de cana, algodão e banana no período em questão e que o quadro é mais “críticos” para culturas como café, cacau, cebola e laranja.
Na pecuária, por sua vez, mais uma parte da elevação de custos que afetaram criadores de aves e suínos no segundo semestre do ano passado foi repassada aos produtos finais e a demanda em geral permaneceu firme, com destaque para as exportações nos primeiros meses deste ano. No primeiro semestre, as receitas dos embarques brasileiros de carnes bovina e de frango atingiram novos recordes.
Na agroindústria, a CNA destacou o aumento de produção de etanol – e o quadro adverso que deu o tom no mercado de açúcar no período -, bem como os bons desempenhos apurados nos segmentos de madeira e mobiliários e de papel e celulose. A entidade também apontou que os frigoríficos também se beneficiaram da recuperação das carnes em geral.
De acordo com a CNA, a tendência de queda de preços dos grãos nos próximos meses, em virtude da recuperação das produções nos Estados Unidos nesta safra 2013/14, já deixa os agentes do segmento em alerta.