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Economia

Plano Safra exigirá R$ 400 bilhões para custeio e investimentos, alertam entidades

Fontes de financiamento disponíveis não são suficientes para suprir a demanda, afirma secretário-adjunto do Ministério da Agricultura

Plano Safra exigirá R$ 400 bilhões para custeio e investimentos, alertam entidades

Durante um debate na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (17), os participantes estimaram que o Plano Safra 2023/2024 exigirá aproximadamente R$ 400 bilhões para custeio e investimento na produção agropecuária. Esse montante representa um aumento de 17% em relação à safra anterior, que está em vigência até o dia 30 de junho.

O secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Wilson Vaz de Araújo, destacou que a previsão do governo para o Plano Safra está alinhada com as estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). No entanto, ele ressaltou que pode haver uma escassez de recursos.

“A demanda para o Plano Safra, de acordo com as entidades e nossos estudos, gira em torno de R$ 400 bilhões”, afirmou Wilson Araújo. “No entanto, neste momento, não temos um orçamento próprio, e as fontes de financiamento disponíveis ainda não são suficientes para atender a todas essas necessidades”, observou o secretário-adjunto.

Durante o debate, a CNA indicou a necessidade de R$ 404 bilhões para o próximo Plano Safra, enquanto a OCB estabeleceu o valor de R$ 410 bilhões. Desse total, 70% seriam destinados ao custeio e à comercialização, enquanto os 30% restantes cobririam os investimentos.

Gilson Bittencourt, subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, informou que o Plano Safra 2023/2024 ainda está em fase de elaboração, levando em consideração as sugestões de diversos setores. O valor final será definido nos próximos dias, e a proposta do governo será anunciada em junho.

O deputado Sergio Souza (MDB-PR), que sugeriu o debate, mencionou que o Congresso poderá fazer ajustes nos recursos públicos para o setor agropecuário após o envio do Orçamento da União pelo governo, em agosto.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) ressaltou que o crédito para a agricultura familiar precisará de R$ 75 bilhões no período de 2023/2024, em comparação com os R$ 47 bilhões destinados à safra anterior. A Contag também solicitou medidas para a inclusão produtiva de 1,7 milhão de famílias que atualmente produzem apenas para subsistência.