A efetividade do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) se comprova após três anos de atuação em 10 estados do país. Com mais de 28 mil profissionais capacitados e mais de 630 ações executadas em 182 municípios, o programa idealizado e coordenado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), realizado em parceria com as entidades afiliadas, o Sebrae Nacional e suas entidades estaduais, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cumpre a sua missão na primeira etapa de atuação em prol da suinocultura brasileira.
Após três anos de intenso trabalho, cerca de R$ 13 milhões investidos e mais de 1,2 milhão de pessoas sensibilizadas quanto à saudabilidade e qualidade da carne suína foi possível deixar para trás definitivamente a estagnação em 13 kg de consumo per capita/ano que assolavam o 4º maior país produtor da proteína no mundo desde 2006, atingindo os 15 kg per capita, meta síntese do projeto, um ano antes do prazo previsto.
O PNDS ofereceu sistematicamente treinamentos e capacitações voltados à formação profissional nos três elos da cadeia suinícola: produção, indústria e varejo. Os caminhos traçados pelo PNDS ao longo de três anos ampliaram o comprometimento da ABCS com o suinocultor brasileiro. Os resultados confirmam que as ações foram assertivas e efetivas para o aumento de consumo e maior sustentabilidade dos preços para o setor.
Atuação do projeto de forma sistêmica
Na área de produção, por exemplo, a parceria inédita com Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) possibilitou capacitar e preparar mais de 500 colaboradores e gerentes de granjas. Ainda com foco nesse elo da cadeia, foi desenvolvido em parceria com o Ministério da Agricultura (MAPA) o Manual de Boas Práticas Agropecuárias na Produção de Suínos, um conjunto de orientações adequadas a uma produção eficiente e sustentável. O leque de ações do PNDS na área de produção é diversificado, executa ainda ações como o Programa Sebrae da Qualidade Total Rural nas Granjas e de Capacitação Total para Suinocultores (PCT’s), disseminação tecnológica por meio de consultorias individuais (SUINTEC) e o inédito Programa de Gestão Avançada na Suinocultura, além das missões técnicas.
“Todos os esforços para promover uma mudança sólida na forma com que a cadeia produtiva da suinocultura trabalha para posicionar a carne suína no mercado brasileiro de nada adiantariam se não tivéssemos nossos olhos voltados também para dentro da porteira”, comenta o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.
Na área de indústria, somente em 2012 cerca de 20 frigoríficos em 4 estados do Brasil implementaram as Boas Práticas de Fabricação (BPF) com treinamento direto e elaboração de manual especifico para cada agroindústria. Centenas de profissionais em tecnologia de cortes receberam treinamento com base no Manual Brasileiro de Cortes, também desenvolvido pelo PNDS em parceira com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
As campanhas junto ao varejo aconteceram ao longo desses três anos em todos os estados participantes do PNDS e ultrapassam 150 lojas. Também foram capacitadas merendeiras com foco na alimentação de alunos da rede pública de ensino, além de testes de aceitabilidade que surpreenderam com o alto índice de aprovação, que em algumas escolas chegou a 98%. Por meio do trabalho realizado pelas afiliadas da ABCS junto à diversos parceiros foi possível ainda disseminar a saudabilidade da carne suína para amenizar o intenso preconceito ainda baseado nos conceitos da antiga criação.
“Se avaliarmos o total de ações desenvolvidas somente em 2012, ultrapassamos mais de 300 atividades, o que representa mais de uma ação acontecendo no Brasil por dia. Devemos e precisamos fazer mais, porém, os passos dados e o consumo aumentado de forma direta nos comprova que estamos no caminho certo. Acredito que o futuro do nosso mercado interno será resultado das escolhas que fizermos hoje”, reforça Lívia Machado, coordenadora nacional do PNDS.
Daruma – em busca da sua meta
Ao longo de três anos o PNDS atuou de forma única na cadeia produtiva da suinocultura, atingindo a meta dos 15kg no consumo per capita de carne suína. Como incentivo a essa caminhada, no workshop de gestores realizado em fevereiro deste ano, o PNDS levou aos gestores do projeto nos estados o Daruma (pronuncia-se Darumá), um boneco que representa Bodhidharma, um monge da Índia que fundou o Zen Budismo na China. Após meditar por um período de nove anos, sem mover ou fechar os olhos, ele atingiu a “iluminação”. Sua determinação tornou símbolo ideal de perseverança e de realização.
O Daruma vem com os olhos em branco para se sejam pintados. Pela tradição, pinta-se o olho direito enquanto formula o seu objetivo. Quando ele for alcançado, pinta-se o outro olho, como símbolo de sua conquista: nesse caso, o desafio de aumentar em 35% os números de profissionais capacitados pelo PNDS nas áreas de produção, indústria e comercialização em 2012. “Com o empenho e dedicação de cada um dos gestores nos estados, auxiliados pelas parcerias com o Sebrae e Senar foi possível ultrapassar essa meta, considerada bastante ambiciosa no início de 2012, passando do 12 mil capacitados previstos para mais de 14 mil”, comentou a coordenadora.
Novo desafio: alcançar 18 kg de consumo da carne suína no Brasil
Diante da nova meta estabelecida pela ABCS de ampliar o consumo per capita/ano de carne suína para 18 kg até 2015, a expectativa do PNDS é multiplicar os trabalhos, expandindo o número de produtores e profissionais capacitados e também de ações realizadas para que no próximo ano seja possível atingir resultados ainda mais significativos. Nesse ano já foram dados passos mais ousados que complementam os trabalhos do PNDS, como o realização da Semana Nordestina da Carne Suína, em parceria com o Grupo Pão de Açúcar em 47 lojas das redes Extra e Pão de Açúcar em oito capitais: Fortaleza, Teresina, Natal, Maceió, Aracaju, João Pessoa, Recife e Salvador, em setembro com aumentos de até 200%.
Em 2013, o PNDS inicia um nova fase de trabalho junto aos estados e parceiros, com o apoio do Sebrae Nacional e da CNA. A ideia é ampliar a atuação também para a área de sustentabilidade nas indústrias e granjas, além de potencializar as ações de consumo. A realização da Semana Nacional da Carne Suína, fruto do piloto da semana Nordestina, será a celebração do espaço que a proteína mais consumida no mundo merece na cesta dos brasileiros. O objetivo é proporcionar uma goleada de sabor, saúde e diversidade de cortes suínos no maior numero possível de lojas do varejo, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), ao Sebrae Nacional e a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).