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Mercado Externo

Portugal continua à espera de luz verde para exportar carne suína para a China

As exportações portuguesas para a China atingiram perto de 600 milhões de euros -- valor que traduz um aumento de 19% face ao período homólogo de 2014,.

Portugal continua à espera de luz verde para exportar carne suína  para a China

Portugal continua à espera de luz verde de Pequim para exportar carne suína para a China, numa altura em que negoceia outros produtos, como arroz, afirmou hoje a delegada da AICEP em Macau.

“Todas as formalidades já foram cumpridas por parte das autoridades portuguesas. Agora compete à China verificar se já tem toda a informação que pretende para desbloquear este processo ou se ainda pretende mais algum esclarecimento ou mais alguma vistoria”, explicou a delegada da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para Macau e Hong Kong.

Maria João Bonifácio, que falava aos jornalistas à margem de uma apresentação sobre o ambiente de negócios e de investimento em Portugal, afirmou, porém, não dispor de informação sobre quando pode chegar o aval por parte de Pequim relativamente à entrada da carne suína portuguesa no gigante mercado chinês.

“Da nossa parte nós já avançamos o que poderíamos avançar, agora depende da China decidir se entende que o processo está completo e o pode desbloquear e certificar as nossas carnes ou ainda não. (…) A partir do momento em que os dossiês passam para o lado da China nós depois não temos qualquer tipo de controlo ao nível do tempo que poderá demorar”, realçou.

O secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, afirmou, em junho, esperar que o acordo para a exportação de carne de porco e derivados de Portugal para a China esteja concluído até ao final do ano.

A carne suína detém o “dossiê mais avançado” no âmbito da certificação de produtos agroalimentares, mas Portugal encontra-se, igualmente, a proceder à certificação da de aves, indicou Maria João Bonifácio, também conselheira econômica e comercial do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

As conversações com a China versam, com efeito, sobre um cabaz, que inclui, entre outros produtos, citrinos, maçãs, uva de mesa e arroz. Trata-se, porém, de um tipo muito particular de arroz — o “baby rice”. “Não estamos a falar do arroz em geral, mas só na especificidade do `baby rice`, que é muito apreciado na China e nós temos alguma produção [e] também está em fase de negociação”, explicou.

Em Macau e Hong Kong não há qualquer tipo de constrangimento.

Durante a apresentação de Portugal, um evento promovido pelo Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), Maria João Bonifácio falou ainda sobre os mais recentes dados de exportações de Portugal para a China.

Entre janeiro e julho, as exportações portuguesas para a China atingiram perto de 600 milhões de euros — valor que traduz um aumento de 19% face ao período homólogo de 2014, sendo que, como realçou, “nos últimos cinco anos, a taxa de crescimento médio anual tem ficado nos 45%”.

Questionada sobre o atual quadro de desaceleração da segunda economia mundial, Maria João Bonifácio não notou ainda um eventual impacto nas relações comerciais.

“Os números até agora apontam que ainda não. Vamos ver até ao final do ano. Estamos confiantes de que vamos continuar com um bom desempenho nos três mercados. Os números indicam que os mercados se estão a comportar bastante bem”, concluiu.