Depois de um forte aumento em julho nos preços de produtos básicos como milho, feijão e arroz, devido à redução da safra este ano, vem aí uma alta nas carnes de todos os tipos (bovina, suína, aves e até peixes) e reajustes ainda mais fortes no preço do leite. A previsão é do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que vê uma inflação “represada” na pecuária, porque a quebra de safra afetou a produção de grãos, usados largamente como ração animal. O ministro disse que o consumidor final dificilmente escapará do encarecimento desses produtos e citou como exemplo mais forte o do milho.
“Há uma inflação represada. Neste momento, quem está pagando essa conta ainda é o produtor, porque o milho está caro, e a carne não subiu. Muitos frigoríficos já fecharam por causa disso. É lógico, quase natural, que isso vá bater no consumidor daqui a pouco. Os preços vão ter que subir, para fazer com que esse pessoal fique na atividade. Esse é um problema que vai bater pesado na inflação daqui para frente. Não sei como eles (os produtores) conseguiram manter os preços. O produtor de suíno, por exemplo, reclama de prejuízo de R$ 100 para cada cabeça que abate”, disse Maggi, ontem, em entrevista ao Globo.
A expectativa do governo e do setor privado é que os reajustes são iminentes e afetarão a inflação de alimentos em questão de semanas. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, a alta no preço do milho nos primeiros meses de 2016 chegou a 110% em algumas regiões do país. O custo de produção de aves aumentou 30%.