Autossuficiente na produção de ovos, com quatro milhões de unidades postas e consumidas, por dia, o Ceará já ocupa hoje, a segunda posição no ranking de produtores do Nordeste, atrás apenas de Pernambuco. Produção que tende a aumentar, ainda neste semestre, caso as perspectivas positivas de crescimento na colheita de grãos (milho e soja) dos Estados Unidos, venham a se confirmar, em outubro próximo.
“Se a produção de grãos dos Estados Unidos for a que esperamos, vamos poder comprar insumos (grãos) mais barato. Isso nos permitirá aumentar a produção de ovos e o preço pode até a vir a cair”, sinalizou na tarde desta terça-feira, o presidente da Associação Cearense dos Avicultores (Aceav), João Jorge Reis.
Segundo ele, a possibilidade de redução no preço da dúzia de ovos, – hoje em torno de R$ 3,60, no mercado local – , é de que ocorra apenas em janeiro próximo. “Em dezembro tem o Natal, é mês de pressão na demanda”, justifica Reis.
Preços – “Os preços dos insumos (nos Estados Unidos) é que vão nortear os preços do ovo no Ceará e no Nordeste”, acrescentou o produtor. Ele explica que o milho consumido pelas granjas do Ceará, advém, em sua maior parte, dos Estados de Goiás, Bahia, Piauí (Sul) e Maranhão.
Regiões que, segundo ele, passaram a exportar boa parte da produção. Logo, esclarece, se a produção americana de grãos for boa, as exportações brasileiras serão menores, sobrando mais insumos no mercado interno. “E nessa lógica, mais milho significa custos menores de produção e ovo com preço mais competitivo”, explica Reis.
Frango – Ele ressalta, no entanto, que a mesma lógica não será aplicada no preço do frango para abate. Reis justifica, dizendo que o Ceará abate cerca de dois milhões de frangos, por semana, o equivalente a cinco milhões de quilos e a 50% do consumo no Estado.
A outra parte, vem congelada dos Estados do Sul do Brasil, onde, segundo ele, produzem a ave a um custo menor, por dispor de grãos a preços menores. “Enquanto em Mato Grosso, a saca de milho custa R$13,00, aqui, chega a R$ 35,00 e o farelo de soja a R$ 1,35, o quilo”, conta.