Os produtores de suíno de São Paulo vivem um momento de preocupação. O preço pago pela carne voltou a cair, bem na época em que os custos de produção aumentaram.
Uma propriedade em Limeira manda para o frigorífico 1,2 mil animais, em média, por mês, mas atualmente os donos vêm trabalhando no vermelho. O custo de produção tem sido 10% maior que o de venda.
Após a estiagem e a quebra na safra, a saca de milho teve um reajuste de 30% e como a ração responde por quase 80% dos custos, o repasse pesou no bolso dos suinocultores.
Uma combinação de fatores ruins vem atrapalhando o setor, como a ração mais cara e o consumo menor de carne de porco, que diminuiu pelo menos 25% pelos cálculos da Associação Paulista de Suinocultores. Uma das explicações é o calor, que desestimula o consumo do produto.
A fazenda em Limeira já reduziu o número de matrizes o ano passado, de 700 para 180 animais e não descarta outras reduções se a situação persistir.
Para o presidente da Associação Paulista de Suinocultores, Valdomiro Ferreira, o consumo da carne de porco deve aumentar depois do carnaval, mas outro fator que é motivo de preocupação é o aumento do frete no transporte da ração. “No início do ano, nós trouxemos soja da região Centro-Oeste por R$ 85 a tonelada, hoje nós estamos pagando R$ 140”, diz.