Deve ser aprovado ainda neste ano um programa para fixação do preço mínimo da carne suína brasileira. De acordo com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, a iniciativa deve ser avaliada pelos Ministérios da Agricultura, Planejamento e Fazenda no final deste mês.
Conforme ele, a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) para a carne suína deve estar nos mesmo moldes do projeto de preço mínimo da laranja, aprovado recentemente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “Estamos lutando por um projeto que institua o preço mínimo da carne suína definitivamente”, disse o representante do Mapa durante I Fórum de Discussões da Suinocultura do Centro Oeste, promovido pela Associação dos Criadores de Suínos do estado (Acrismat), em Cuiabá (MT). Ele destaca que a definição do preço mínimo na suinocultura deverá ser incluso nos programas do Mapa para a realização de leilões de prêmio para comercialização e escoamento.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, a medida é essencial para o crescimento do setor. Ele lembra que os produtores sofreram com a crise de 2012, quando os gastos para produzir eram maiores que o preço pago pelo produto. Na ocasião, o governo federal garantiu preço mínimo de R$ 2,30 por quilo de carne suína vendida pelos criadores. A intenção era garantir o escoamento da carne das regiões com criação e cobrir os custos do setor. O diretor-executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, lembra que muitos produtores saíram da atividade em razão do baixo rendimento.
Atualmente os produtores estão recebendo, em média, acima de R$ 3 pelo quilo do suíno. O valor, considerado satisfatório pelos produtores, é resultado da pouca oferta do produto atrelado a uma alta demanda pela carne suína nos mercados interno e externo.