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Mercado Interno

Preço suíno sobe em SC

Cotações em baixa por muito tempo desestimularam criadores, com isso, a oferta de animais recuou, pressionando cotação.

Preço suíno sobe em SC

Depois de sofrer quedas sucessivas ao longo do ano passado, o preço do suíno pago aos criadores catarinenses começa a passar por uma recuperação. Apenas neste primeiro trimestre, o valor pago aos produtores integrados teve alta de 10,88%, levando em conta a pesquisa do Centro de Socioeconomia e Pesquisa Agrícola (Cepa), da Epagri, em quatro praças de criação de suínos em Santa Catarina. O preço passou de R$ 1,93, em janeiro, a R$ 2,14, média praticada no fim do mês de março.

De acordo com a Coopercentral Aurora, que abate 14 mil cabeças de suínos por dia, o último reajuste de 2009 ocorreu em 3 de dezembro, quando o quilo do suíno vivo foi precificado em R$ 1,80. O aumento sinalizou essa nova tendência de alta. O preço pago atualmente pela Aurora é de R$ 2,20 o quilo. Para Neivor Canton, vice-presidente da cooperativa, o aumento na remuneração é justificado pela redução na oferta da carne suína no mercado.

“Os preços tiveram perdas por um período muito longo, o que desestimulou a produção, reduzindo, portanto, a oferta”, diz. De acordo com ele, as vendas ao exterior começam a passar por uma retomada. “Não nos níveis de antes da crise, mas já ficou para trás o período em que se estava entregando mercadoria para não perder o cliente”.

Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, a redução da oferta de carne também foi influenciada pela diminuição do tamanho dos animais entregues para o abate no começo do ano. “O produtor tinha necessidade de vender para girar dinheiro e acabava entregando suínos com 80 quilos, quando o peso padrão é 120 quilos”, diz. Canton, da Coopercentral Aurora, diz que o fenômeno ocorreu, mas foi por um período curto e que já foi superado. “Para o produtor é sempre mais interessante agregar mais carne à carcaça”.

Sobre a expectativa de preços futuros, o vice-presidente da Aurora visualiza um suporte. “A alta do preço do suíno, apesar de ainda não estar próximo do ideal, já remunera a atividade”, diz. De acordo com Canton, a entrada do outono e do inverno deve ajudar a manter os valores pagos aos produtores, já que é um período em que o consumo tem alta em relação ao verão.

Para Wolmir, da ACCS, além da retomada do preço as quedas no custo de produção devem ajudar os criadores a recuperarem rentabilidade. “Infelizmente, a redução do preço de produção ocorre às custas de quem planta grãos”, diz.

A colheita de milho em Santa Catarina na safra de 2009/2010 deve atingir 4,4 milhões de toneladas, resultado recorde desde 2002/03, quando o Estado colheu 4,3 milhões de toneladas. O bom resultado pressiona os preços para baixo: a saca chegou a ser vendida no Estado entre R$ 14 e R$ 15, apesar do preço mínimo de R$ 17,48. O farelo de soja também teve queda de cotações em função do bom resultado da safra – passando para R$ 0,57 o quilo (R$ 570 a tonelada). Juntos, soja e milho representam 70% do custo de produção de suínos.

A suinocultura representa a maior cadeia produtiva de Santa Catarina, gerando 65 mil empregos diretos e 140 mil indiretos. Cerca de 55 mil produtores dedicam-se à atividade. O rebanho permanente é de 6 milhões de cabeças. No ano passado, a produção catarinense atingiu 750 mil toneladas de carne, cerca de 25% da produção brasileira.