Da Redação 31/03/2004 – 08h10 – O Ministério da Agricultura trabalha com a expectativa de uma “pressão passageira” dos preços agrícolas nos índices de inflação, em razão da quebra na safra 2003/2004, decorrente de problemas climáticos (seca no Sul do País, excesso de chuvas no Sudeste e Nordeste). No caso da soja, há ainda a ocorrência de ferrugem asiática no Centro-Oeste e menor produção de grãos nos Estados Unidos. Segundo o secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin, qualquer alta de preços, no entanto, será passageira. “Se houver um impacto inflacionário agora, teremos uma deflação no segundo semestre”, disse.
A avaliação tem como base o comportamento da soja, principal item da pauta de exportação agrícola. Ele mostra que no Brasil a safra 2003/2004 deverá registrar uma redução de cerca de 1 milhão de toneladas de soja (a previsão de dezembro indicava uma safra de 57,666 milhões, volume reduzido em fevereiro para 58,763 milhões), pressionando diretamente outros produtos. Aliado a isso, nos Estados Unidos os dados do Departamento de Agricultura apontam para uma colheita de 65,8 milhões de toneladas de soja na safra 2003/2004, contra 74,8 milhões de toneladas no ano-agrícola anterior.