O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos (iqPR) pela Agropecuária Paulista fechou outubro com alta de 0,51%, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Os índices de preços dos produtos de origem vegetal e dos produtos de origem animal subiram, respectivamente, 0,47% e 0,63%.
No acumulado de 12 meses, o índice geral aumentou 17,12%, nível este sustentado pelos maiores preços da cana (+41,40%). A maior alta foi no índice de preços dos produtos vegetais (20,92%), sendo que os preços dos produtos animais subiu 5,60%.
Dos produtos analisados em outubro, 11 apresentaram alta nos preços, sendo seis do segmento vegetal e cinco da área animal, enquanto nove sofreram queda, oito de origem vegetal e um do setor animal. As altas mais expressivas ocorreram nos preços da batata (41,46%); da carne suína (9,40%); do amendoim (7,80%); do leite C (4,72%) e do tomate para mesa (3,14%).
O final da safra de inverno reduziu a oferta de batata, revertendo a realidade de preços cadentes de meses anteriores, de acordo com os pesquisadores do IEA Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves. Já os preços da carne suína sofreram efeito da pressão da demanda devido às exportações do produto. Além disso, não há perspectiva de alteração da oferta no curto prazo.
No caso do amendoim, os preços elevados em pleno plantio refletem a escassez relativa do produto neste período do ano, dizem os analistas do IEA. A tendência é de que seja estendida até o prenúncio da próxima colheita.
Quanto ao leite (“C” e “B”), as condições climáticas e o atraso das chuvas, que diminuíram a qualidade e a capacidade de suporte das pastagens, levaram à menor oferta do produto e majoração das cotações. Isto ocorreu em maior intensidade para o tipo “C”, que é mais dependente das pastagens. As recentes chuvas ainda não estão refletidas em alteração dessas condições, informam os pesquisadores.
No caso do tomate, aplica-se o mesmo raciocínio da batata, observam os técnicos. Ou seja, a elevação dos preços deve-se à dificuldades da colheita face às chuvas e à proximidade da finalização do atual ciclo produtivo.
As quedas mais significativas foram verificadas nos preços da laranja para mesa (9,95%); da laranja para indústria (4,57%); dos ovos (4,39%); do café (3,91%) e do feijão (3,56%).
Acumulado
Na análise da variação mensal dos índices de preços agropecuários nos últimos 12 meses, os pesquisadores do IEA apontaram que os produtos vegetais crescem até maio, dando um salto em decorrência do reposicionamento da cana na entrada da safra. Desde então, mostram queda bruta em junho-julho e vem se mantendo na mesma posição até o momento.
Já os produtos animais, nos meses de abril a junho, apresentam queda expressiva, seguida de alta puxada pela carne bovina na entressafra e pela carne de frango com altos preços internacionais. Em setembro, mostram queda e em outubro, ascensão.
De acordo com os autores da análise, o comportamento dos preços agropecuários paulistas foi fortemente influenciado pelo preço da cana de açúcar, cujos reajustes na entrada da safra pressionaram os índices para cima.
Os maiores incrementos, no período de 12 meses, ocorreram nos preços do tomate para mesa (91,19%); do café (55,61%); da cana-de-açúcar (41,40%); do milho (29,91%); do leite C (18,00%); dos ovos (16,63%); do leite B (14,45%) e da carne de frango (7,02%), que apresentaram elevações de preços maiores que a inflação do período. Tiveram preços majorados, mas inferiores ao patamar inflacionário, a banana nanica (6,52%), a soja (2,96%) e o amendoim (1,30%).
Com recuos moderados estão a carne bovina (0.91%) e o trigo (5,15%). Reduções elevadas foram apresentadas pelos preços da laranja para mesa (48,31%); da laranja para indústria (43,13%); do feijão (29,34%); do algodão (19,25%); do arroz (18,39%); da carne suína (14,57%) e da batata (14,10%). A análise está disponível no site da IEA.