O índice que mede a variação dos preços recebidos pelos produtores paulistas (IqPR) registrou alta de 0,77% no mês de dezembro de 2017, na comparação com o mês anterior, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os produtos que apresentaram as maiores elevações foram: banana nanica (23,29%), laranja para mesa (15,74%), laranja para indústria (15,11%) e amendoim (4,21%).
Para a banana nanica, a estiagem do último trimestre de 2017 reduziu a produtividade da cultura no Vale do Ribeira, principal região produtora paulista. Quanto às laranjas (mesa e indústria), a menor disponibilidade da variedade pera, oriunda da safra 2017/18, aliada ao aumento da demanda tanto para o consumo in natura como para beneficiamento elevaram consideravelmente os preços recebidos pelos produtores, explicam Danton Camargo Bini, Eder Pinatti e Rejane Cecília Ramos, pesquisadores do IEA.
Já os principais produtos que apresentaram quedas de preços foram: batata (22,21%), tomate para mesa (14%), feijão (7,64%) e leite (5,41%). Para batata da safra das águas e tomate para mesa, a intensificação das colheitas ampliou a oferta dos produtos, consequentemente reduzindo seus preços. Impactado pelas chuvas nas regiões produtoras, o feijão apresentou perda de qualidade comercial e teve seus preços, no campo, rebaixados.
Acumulado dos últimos 12 meses
No acumulado dos últimos 12 meses, o IqPR ficou em – 6,59%. Apesar da maioria dos produtos apresentar quedas acentuadas nos últimos 12 meses, o fato do preço médio da cana-de-açúcar ter se desvalorizado 7,57% impediu uma depreciação maior. Na comparação dos preços de dezembro de 2017 com o mesmo período do ano anterior, somente o tomate para mesa apresentou reajuste no acumulado de 2017. Os principais produtos que perderam valor em suas cotações são: Feijão (-47,76%); Banana nanica (-42,04%); Laranja para mesa (-36,91%); Laranja para indústria (-31,02%); Arroz (-18,22%); Milho (-14,88%); Carne suína (-13,81%); Café (-13,36%); Carne de frango (-11,13%); Ovos (-9,32%); Leite cru refrigerado (-9,30%); e Cana-de-açúcar (-7,57%).
“Em 2017, a queda do índice geral acumulado contribuiu para reduzir ainda mais a margem de lucro dos agricultores; uma vez que os custos de produção, medidos através do Índice de Preços Pagos (IPP), também calculado pelo IEA, subiu 2,56% no mesmo período”, salientam os pesquisadores.