Os motivos foram vários, mas a trajetória ascendente foi o ponto em comum ontem para os negócios com soja, milho e trigo no mercado internacional. Os investidores continuam atentos ao andamento do plantio da safra americana. Mas a influência exercida pela altas das bolsas e do preço do petróleo, pela maior presença de fundos especulativos nesse mercado e pela ainda robusta demanda chinesa por commodities agrícolas, também foi decisiva para os avanços registrados na sessão.
O plantio de milho nos Estados Unidos permanece em ritmo mais reduzido que o registrado em anos anteriores em função do frio e da umidade m excesso em partes do Meio-Oeste do país, principal núcleo de produção de grãos. Até o último domingo, a semeadura havia ocorrido em 62% da área a ser ocupada pela cultura, desempenho que fica abaixo dos 70% registrados nesta mesma época de 2008, segundo relatório do Departamento de Agricultura do país (USDA).
Para os investidores, também entra como fator de alta dos preços do grão a decisão tomada por muitos agricultores de semear com soja, na atual temporada, parte da área que seria originalmente de milho. Na bolsa de Chicago, com isso, os contratos de milho com vencimento em setembro subiram 4 centavos de dólar, para US$ 4,3075 por bushel. No mercado doméstico, o preço da saca de 60 quilos praticamente não mudou em relação à sexta-feira. Com a baixa de 0,01%, a saca foi negociada por R$ 22,09, de acordo com o indicador Esalq/BM&FBovespa.
Ao “roubar” a área que originalmente seria do milho, a tendência seria de baixa para a soja, mas o dia foi de novo avanço, influenciado pelas altas do petróleo e das bolsas. Relatos de embarques para a China, fator primordial para as altas do grão nos últimos meses, também contribuíram para o avanço. Os contratos de soja para agosto subiram 15,50 centavos de dólar em Chicago, para US$ 11,005 por bushel. Em Sorriso (MT), a saca de 60 quilos saiu por R$ 41,50, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea).
O ingresso de fundos especulativos nos negócios com trigo estimulou a alta do cereal. Em Chicago, os papéis para setembro subiram 12,50 centavos, a US$ 6,1650 por bushel. Em Kansas, a alta dos contratos de julho foi de 12,75 centavos, para US$ 6,53 o bushel. No Paraná, a saca de 60 quilos saiu, na média, por R$ 28,41, baixa de 0,42%, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral).