Criadores de frango e de porco de São Paulo estão comemorando o bom momento da atividade. O custo de produção caiu e agora eles conseguem receber mais.
Ricardo de Melo não tem do que reclamar. No sítio de 17 hectares em São Sebastião da Grama, São Paulo, a procura é grande. O criador vende 250 animais por semana e o preço melhorou, subiu 50%. Enquanto isso, o custo de produção diminuiu. A saca de milho de 60 quilos custava R$ 34 e baixou para R$ 25.
“Esse momento tem que servir para se preparar. Você não pode, por exemplo, descapitalizar o seu negócio, tem que investir em estoque de milho, estoque de soja, de sorgo, de produtos para que, se vier uma nova crise, você está preparado”, diz.
Depois de um período difícil, quem também comemora são os produtores de frango. Em uma granja em Matão, o preço recebido por ave aumentou cerca de 35% nos últimos meses, o que deixou o produtor animado para investir. O antigo aquecedor, por exemplo, vai ser substituído por um mais moderno. Cerca de R$ 17 mil serão investidos para comprar um forno novo, investimento que parecia impossível há alguns meses, conta Adenilson Scabelo.
As vendas para o exterior aumentaram, principalmente para a Rússia, e contribuem para a alta. “O governo russo autorizou maior quantidade tanto de carne suína, quanto de carne de frango, em detrimento aos EUA. Isso provocou um grande aumento de preços e está sendo vantajoso ao produtor, somado à redução do custo da ração, principalmente por causa do preço do milho e de outros grãos. A geração de lucros do produtor de frango e de suínos está mais facilitada”, explica Luiz Fernando Paulillo, economista da Universidade Federal de São Carlos.