Redação (13/10/2008)- Os preços recebidos pelos produtores rurais paulistas caíram 1,71% na primeira quadrissemana de outubro, pressionado pela queda dos produtos de origem animal, que recuaram 2,79%. Os produtos de origem vegetal recuaram 1,28%. Os dados são do Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), divulgado hoje pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura de São Paulo.
O indicador recuou pela oitava semana consecutiva. Quando a cana-de-açúcar, produto de maior peso no índice, é excluída do cálculo, as variações permanecem negativas e com maior intensidade: indicador geral recua 3,28% e o de produtos de origem vegetal cai 3,74%.
Segundo os técnicos do IEA, os produtos que registraram maiores altas nesta quadrissemana foram tomate para mesa (42,61%), feijão (22,71%), carne suína (8,45%), soja e arroz (3,48%). Os técnicos observam que a tendência de alta é decrescente para o tomate, soja e arroz.
No caso do feijão, os técnicos comentam que no período de janeiro a setembro, o Brasil importou 146 mil toneladas de feijão (ante 44 mil toneladas em igual período de 2007), sendo 78 mil toneladas da Argentina, 56 mil toneladas da China e 12 mil toneladas de outros países. "Esse acréscimo na oferta deve ter contribuído para amenizar a elevação de preços no corrente ano, mas não foi suficiente para forçar a sua volta aos patamares do ano passado. A recente desvalorização do real contribui para encarecer essas importações e promover a elevação dos preços internos."
Quedas
Os produtos que apresentaram maiores quedas de preços na primeira quadrissemana de outubro foram batata (32,52%), banana nanica (15,56%), laranja para indústria (11,05%), laranja para mesa (8,20%), carne de frango (8,04%), ovos (7,82%), milho (6,54%) e trigo (6,54%).
Segundo os técnicos, as quedas de preços mostraram-se decrescentes para esse grupo de produtos exceto para a carne de frango, que está respondendo mais prontamente à redução dos preços do milho (cuja oferta interna fica mais assegurada com a frustração que vem ocorrendo com a exportação do grão). Tanto a oferta de frango abatido quanto a de ovos continuam folgadas, mantendo o mercado calmo.