Da Redação 31/01/2003 – A Sadia e a Perdigão, os dois principais frigoríficos do país, vão enfrentar neste ano uma maior pressão dos custos com ração e embalagens. A avaliação é do analista do Unibanco, Basílio Ramalho, que divulgou hoje (31) relatório com projeções revistas para duas companhias.
Ele prevê um aumento de cerca de 36% para os custos da ração (milho e soja) e de 20% para embalagens na média do ano. Para o resultado do primeiro semestre deste ano, o aumento do custo de ração pode chegar a 60%, segundo Ramalho.
Ele explica que esse incremento significativo refletirá um “efeito estatístico” devido à base de comparação com o primeiro semestre de 2002. Ramalho lembra que, em maio e junho do ano passado, as duas empresas adotaram uma política preventiva de formação de estoques para amortecer a elevação dos custos de ração no segundo semestre de 2002. Já a elevação dos custos com embalagens será provocada porque esses produtos acompanham a variação cambial.
Apesar dessas projeções, o Unibanco decidiu manter sua recomendação de compra para as ações das duas empresas.
O preço-alvo para o papel PN da Sadia é de R$ 1,50. Para o ADR (recibo negociado nos EUA), o preço-alvo é de US$ 12,41. Já Perdição PN tem preço-alvo de R$ 20, enquanto o do ADR é de R$ 11,03.
O analista explica que o impacto do aumento dos custos será mais do que compensado por uma maior estimativa de inflação e de taxa média de câmbio em 2003 (R$ 3,52 para 2003, ante R$ 3,10 projetado anteriormente).
A previsão do Unibanco é de que a geração de caixa (Ebitda) da Sadia atinja R$ 476 milhões este ano, ante R$ 453 milhões previstos antes. Para a Perdigão, o banco elevou a projeção do Ebitda de R$ 321 milhões para R$ 356 milhões.