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Nutrição Animal

Produção da indústria de ração cresce 10% no primeiro semestre

De acordo com o Sindirações, a indústria de alimentação animal registrou menor custo de produção e aumento do uso de tecnologia. Veja os resultados nos setores avícola e suinícola.

A produção da indústria de alimentação animal no Brasil registrou incremento da ordem de 10% no primeiro semestre de 2010 em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho de 2010, foram produzidas mais de 30 milhões de toneladas de rações, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). O Sindirações prevê o fechamento do ano com produção total de 60,4 milhões de toneladas de ração e 2,0 milhões de toneladas de sal mineral.

Durante o semestre, apesar do preço competitivo do milho, os produtores voltaram a desfrutar do uso da tecnologia nutricional (pré-misturas de vitaminas e outros aditivos, núcleos e suplementos). De acordo com o vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, esse crescimento deve ser observado com cautela, pois significa a recuperação do consumo que sofreu forte recuo no mesmo período do ano passado por conta dos efeitos da crise financeira internacional. Apesar da economia doméstica estar perdendo vigor no início do segundo semestre, o executivo ainda acredita alcançar a quantidade estimada para o ano por conta da sazonalidade da demanda específica do setor.

AVICULTURA DE CORTE

A avicultura de corte, setor de maior demanda de ração no país, fechou o semestre com produção de 14 milhões de toneladas. O preço do milho, que se manteve em patamares competitivos, influenciou positivamente a produção que tem contribuído na oferta doméstica de 41 kg/habitante/ano e a receita da exportação de frango foi 15% maior do que a verificada no primeiro semestre do ano passado.

AVICULTURA DE POSTURA

A produção de ração para poedeiras foi de 2,5 milhões de toneladas no semestre e crescimento da ordem de 4% em relação ao mesmo período de 2009. Apesar da queda no preço dos ovos, que está 10% mais baixo do que no ano passado, houve algum alívio nos custos de produção, graças à cotação mais baixa do milho e outros insumos.

BOVINOCULTURA DE CORTE

O setor de alimentação animal para bovinos de corte apenas compensou em parte as perdas acumuladas e produziu 1,2 milhões de toneladas. A oferta de boi gordo seguiu reduzida e no primeiro semestre apesar da arroba valorizar 10%, a alta de 20% no preço do bezerro piorou a relação de troca, alimentando assim o impasse nas negociações entre criadores e confinadores e os frigoríficos.

BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção de ração para bovinocultura leiteira também compensou em parte as perdas acumuladas, registrando volume de 2,4 milhões de toneladas. Os primeiros quatro meses do ano foram caracterizados pelo preço do leite em alta. A tendência de recuperação sustentada, todavia, ainda não convenceu, pois apesar da época de entressafra os preços recuaram com a maior captação de leite, queda nas exportações, estoques generosos e importações de lácteos da Argentina e Uruguai.

SUINOCULTURA

Apesar do bom desempenho, graças ao aumento de 13% na receita das exportações de carne suína no primeiro semestre, a atividade demandou 7,6 milhões de toneladas de ração com avanço de apenas 2% em relação ao apurado em igual período do ano passado. Todavia, é esperado que a suinocultura desenvolva-se continuamente, sobretudo em razão da abertura de novos mercados compradores e do consumo per capita brasileiro, que ainda tem potencial de crescimento.

CÃES E GATOS

A produção de rações para cães e gatos cresceu aproximadamente 7% no semestre, registrando 1,1 milhões de toneladas. O vigor econômico da economia brasileira, fortemente correlacionado aos altos índices de confiança do consumidor, cuja renda seguiu fortalecida durante o primeiro semestre, certamente contribuíram na recuperação do segmento. Apesar da grande capacidade instalada para produção, apenas 45% da população de cães e gatos do Brasil alimenta-se do produto industrializado. A pesada carga tributária que abate os produtos supera os 50% e continua a inviabilizar o acesso de milhões de compradores à linha de consumo.

PEIXES E CAMARÕES

A demanda por ração para peixes alcançou quase 180 mil toneladas e registrou crescimento de 15% durante o primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2009. Já a carcinicultura consumiu 44 mil toneladas de rações, um avanço de mais de 4% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O consumo de pescados do brasileiro alcança 7 kg/capita e a aqüicultura já representa quase 50% da produção de 1,2 milhões de toneladas de peixes, crustáceos, moluscos e outros organismos aquáticos. A produção brasileira pode alcançar 10 milhões de toneladas, alavancada pelo clima favorável, disponibilidade de água doce, extensão litorânea e milhões de hectares de áreas alagadas e reservatórios. O vigoroso e gradual desenvolvimento da aqüicultura compensará a diminuição da produção pesqueira que tem boa parte da sua atividade já explorada e esgotada.