Líder global nas exportações de carne de frango e terceiro maior produtor da proteína no mundo, o Brasil vai aumentar em 5% sua produção de carne de frango em 2016 e atingir 13,5 milhões de toneladas do produto, segundo estimativa divulgada ontem pelo Serviço Externo de Agricultura (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na avaliação do especialista do FAS baseado em Brasília, João Silva, a produção brasileira de carne de frango será impulsionada pela demanda externa. Os custos de produção devem ajudar em 2016. Conforme cálculos dos USDA, a maior disponibilidade de grãos deve contribuir para uma queda de 3% a 4%, dos custos de produção no próximo ano.
Diante do surto de Influenza Aviária que atinge uma série de países concorrentes e da desvalorização do real, as exportações brasileiras devem crescer 5% em 2015, para 3,930 milhões de toneladas, projeta o USDA. Neste ano, as embarques devem somar 3,740 milhões de toneladas.
No relatório, o USDA destacou que as exportações brasileiras para a China estão crescendo rapidamente neste ano, ganhando espaço dos EUA. Por conta da gripe aviária, o país asiático embargou as compras do produto americano em janeiro deste ano.
Para 2016, a expectativa de que os chineses autorizem mais abatedouros brasileiros a exportarem também é um ponto positivo. Segundo o USDA, os exportadores brasileiros acreditam que a China vai ser tornar o segundo maior mercado para o frango do Brasil já em 2016, ultrapassando o Japão. A Arábia Saudita seguirá como principal importador.
No mercado doméstico brasileiro, o USDA estima aumento de consumo de 2% em 2016, passando das 9,3 milhões de toneladas projetadas para este ano para 9,5 milhões de toneladas.
Na avaliação do órgão, há uma migração de consumo da carne bovina, que está com preços elevados, para a carne de frango. No entando, o cenário de inflação elevada no Brasil e maior endividamento das famílias pode retardar o crescimento do consumo interno de carne de frango.