A produção de carne de frango no Paraná, principal estado brasileiro exportador do produto, deve crescer cerca de 6% em 2015, diante da forte demanda no Brasil e no exterior, segundo estimativas do presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. Martins disse em entrevista à CarneTec na quarta-feira (19) que frigoríficos e criadores de frango do estado ainda podem elevar a produção dentro da capacidade já instalada em cerca de 10%, e têm condições de atender às crescentes demandas interna e externa sem dificuldades. “Estamos com crescimento no ano perto de 6% (até agora), que é o número que a gente acha que vai fechar este ano”, disse Martins sobre o aumento na produção. O Paraná responde por mais de um terço das exportações de carne de frango do Brasil, em volume.
Com os investimentos e expansões que estão sendo realizados, Martins acredita que em cinco anos o estado responderá por metade das vendas externas brasileiras do produto. Em 2014, o estado contabilizou 1,5 bilhão de aves abatidas. Em 2015, até julho, o volume de aves abatidas chega a 953 milhões. Já o consumo de carne de frango no mercado interno, na avaliação de Martins, deverá ultrapassar os 45 kg per capita. Em 2014, o consumo per capita de carne de frango fechou em 42,8 kg, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgados no início em janeiro.
Com o aumento no custo da carne bovina, diante da redução da disponibilidade de bois para abate neste ano, a expectativa é de que proteínas mais baratas, como a de frango e a suína, ganhem espaço na preferência do consumidor. “Se não houver nenhum fato novo, de aumento de custo de insumo, vamos ser grandes concorrentes de outras proteínas”, disse Martins. Segundo ele, atualmente, não há pressão nos preços de carne de frango no mercado interno relacionada ao aumento da demanda externa. Como a produção ainda tem espaço para crescer, Martins avalia que o fator que poderia pressionar aumento de preços seria uma eventual forte alta nos custos dos insumos da produção. Mas Martins acrescentou que as margens de lucro praticadas pelos produtores e frigoríficos, atualmente, estão confortáveis. “Está havendo uma distribuição o mais razoável possível desses custos”, disse.
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Dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa divulgados nesta semana mostram que os custos de produção de aves subiram 2,32% em julho, na comparação com o mês anterior, impactados principalmente pelo aumento no custo de nutrição dos animais. No ano, o custo de produção acumula alta de 1,81% e, nos últimos 12 meses, a alta é de 10,22%.
