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Mercado Interno

Produtor em alerta

Alta no preço do milho coloca setores de aves e suínos, principais consumidores do cereal, em alerta no Rio Grande do Sul.

Produtor em alerta

Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado nessa segunda, dia 12, apontou que os produtores americanos devem colher 317,44 milhões de toneladas de milho este ano – uma redução de 3,23 % frente ao levantamento de agosto. Os números, que já impactaram a Bolsa de Chicago, também colocaram os setores de aves e suínos em alerta, principais consumidores do cereal, que sofrem com a alta no preço (R$ 28 a saca).
Segundo o analista de mercado Farias Toigo, a tendência é que o cenário para o grão continue alto. No primeiro trimestre do ano que vem, prevê Toigo, o preço do bushel deve atingir a casa dos US$ 9, batendo o até então recorde de 2011, de US$ 8.
Para as indústrias avícola e suinícola, o repasse ao consumidor será a saída para driblar a escalada nas cotações. A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) projeta aumento já de imediato entre 15% e 20%. Conforme o presidente da Asgav, Nestor Freiberger, o reajuste deve ser decidido nos próximos dias em encontro do setor.

“Não existe frango barato sem milho barato”, avalia.
Apesar de não estimar índices, o setor de suínos também entende o reajuste como inevitável.
“A quebra de safra nos EUA influencia o mercado como um todo. Já estamos trabalhando com uma margem inexistente, pois o milho corresponde a 60% da composição da ração”, afirma o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.
De acordo com o diretor do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, é prematuro prever preços, “mas não há outra alternativa a não ser o repasse ao consumidor.”
O estoque público de milho no Rio Grande do Sul também está quase no vermelho. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), restam apenas 5,12 mil toneladas para venda a balcão. A promessa da União é enviar ainda este ano 80 mil toneladas, mas só há espaço para 62 mil toneladas.
No entanto, as entidades acreditam que a situação possa ser amenizada, caso haja um aumento na área plantada no Estado, impulsionado pelo preço do grão. Dados do primeiro levantamento de intenção de plantio da safra 2011/2012 da Emater indicam um incremento de 4,86% na área de milho no Estado, chegando a 1,15 milhão de hectare.