O grupo CME, que controla a Bolsa de Valores de Chicago, quer aumentar a participação do pequeno e médio produtor rural brasileiro nas operações de grãos da Bolsa de Valores local. O grupo desenvolve há dois anos uma parceria com a Bolsa de Valores BMF&Bovespa, de São Paulo, e entre várias frentes de trabalho, a principal delas consiste na participação acionária em conjunto em que cada uma delas tem 5% da outra, para estimular o crescimento das duas bolsas, com o roteamento de ordem eletrônica.
Uma das ações futuras será a diversificação da plataforma de operações eletrônicas, com o lançamento de listas de contratos futuros recíprocos eletronicamente que poderão ser feitos nos dois países. Segundo informações do CME, a idéia é que esses contratos futuros possam ser feitos na moeda real e que os preços possam ser fechados de acordo com os preços da Bolsa de Chicago.
A informação foi fornecida esta semana durante visita da comitiva de diretores, delegados e colaboradores da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) à Bolsa de Chicago. Para o produtor rural do município de Sinop, André Lunardi, essa é uma boa oportunidade para que o produtor entenda e atue diretamente no mercado.
“Hoje praticamente todos os produtores dependem de negociação na Bolsa por meio de hedge ou compra e venda direta, mas poucos conseguem em função do volume, da diferença de moeda e da alta taxação de impostos. Acredito que uma boa proposta é derrubar o imposto e estabelecer convênios para equalizar o câmbio”.
Para o agricultor um dos problemas atualmente é a baixa liquidez na BMF e outro é que atualmente as empresas acompanham a cotação da Bolsa de Chicago, sendo que apenas o mercado interno trabalha via BMF “Por isso se a proposta for consolidada poderemos ter mais um mecanismo em que haverá alguém para regular o risco do negócio”, acrescenta Lunardi.