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Produtor precisa estar atento para evitar perdas, diz consultor do Sebrae

<p>Este foi o foco do painel Rentabilidade O Desafio do Agronegócio desta manhã no 21 Seminário Cooplantio.</p>

Redação (20/06/06)- A atividade agropecuária depende de gestão que muitas vezes o produtor não está preparado para assumir. A competitividade no mercado obriga-o a entender não somente do melhor momento para plantar e colher, mas de fatores externos que não dependem dele para obter rentabilidade na lavoura. Este foi o foco do painel Rentabilidade O Desafio do Agronegócio desta manhã no 21 Seminário Cooplantio, que ocorre em Gramado (RS).

Para o consultor externo do Sebrae-RS, Rogério Bastos, o produtor precisa controlar de forma simples o fluxo de caixa. Para ele, vários aspectos relacionados dentro e fora da porteira precisam ser verificados para evitar perdas em momentos difíceis como: controles gerenciais e de planejamento, qualificação de pessoal, preços, câmbio, clima, crédito e mercado. Todos estes fatores podem afetar a rentabilidade no momento da comercialização.

A produtividade em determinada cultura também não é o único fator importante. Hoje não basta produzir muito, mas saber se será possível obter renda com a produção, disse Bastos. Outro aspecto que o consultor destaca é o planejamento para a venda antecipada de soja, que hoje não chega a 5%. O produtor pode se programar para vender a soja antecipadamente, para isso é preciso saber os custos de produção e ver se existe a possibilidade, ressalta o consultor.

O endividamento na produção agrícola começou na safra 2002/03, quando os preços das commodities e a produção estavam elevados. Esta foi a avaliação do diretor e sócio-proprietário da empresa Safras & Cifras, Cilotér Iribarrem. Ele enfatizou, em sua palestra, que este é o melhor momento para o produtor investir. Os preços elevados fizeram os produtores aumentarem as compras, enquanto deveria ter guardado recursos em momentos difíceis como este. Quem conseguiu se manter capitalizado, pode fazer bons negócios com os preços mais baixos das terras e das máquinas agrícolas, afirma.

Durante o painel, o produtor de grãos e engenheiro agrônomo de Chapada (RS), Ivo Urbano Richter, foi enfático ao afirmar que não obteve perdas em momentos de seca e que a administração da lavoura permitiu não ter prejuízos com os preços baixos. Uma das medidas adotada por ele, e que já vem realizando há alguns anos, é a rotatividade de culturas. Richter tem 650 hectares, onde planta soja e milho nas culturas de verão, e trigo e aveia no inverno. A rotatividade permitiu uma melhora no rendimento, por isso não precisei usar adubo nesta última safra de soja e de milho, disse.

A diversificação das atividades foi outro fator importante para não ter prejuízos, avalia Richter. Além das culturas, o produtor investiu na produção de suínos e já visualiza o setor leiteiro em razão das indústrias leiteiras que vão se instalar em breve na região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul. Quanto aos investimentos, ele recomenda que o produtor só financie a lavoura com juros controlados de 8,75%, tenha condições adequadas para o projeto e saiba quem vai gerenciar a atividade.