Zelar pela qualidade das granjas e, automaticamente, beneficiar o seu consumidor final é um dos anseios do Selo Suíno Paulista, projeto estadual que certifica a origem e garante as condições primordiais para suínos nascidos, criados, terminados e abatidos em São Paulo.
O selo contempla diversos aspectos, dentre eles cuidados com o processo produtivo, aspectos éticos (preservação ambiental, segurança do trabalho e evitar mão de obra infantil) envolvidos nas diferentes etapas, desde o nascimento até o transporte do animal para o abate.
A genética contribui para aquisição do selo garantindo alguns resultados zootécnicos mínimos exigidos pela certificação, tais como um peso mínimo ao nascimento de 1,4 kg e um peso médio no abate de 85 a 120 kg, com idade variando de 147 a 181 dias.
Além disso, tal certificação possui diretrizes ambientais, sociais e sanitárias capazes de elevar a eficiência produtiva e gerencial das granjas, trazendo inúmeros benefícios relacionados à garantia de qualidade do produto e à rastreabilidade, o que consequentemente aumenta a confiança do mercado.
Em um mercado consumidor cada vez mais consciente e exigente, acredita-se que as granjas certificadas passarão a ser mais prestigiadas pelo consumidor interno e externo, agregando valor ao produto. O produtor Antônio Ianni realiza auditoria em sua granja e sua expectativa é de que, com o selo suíno paulista, sua granja possa aumentar sua produtividade e ficar mais organizada, minimizando custos ou prejuízos. Ele acredita que até julho consiga a certificação.O produtor Matheus Bressiani também realiza auditoria em sua granja. “Com o selo, além de uma boa organização na granja, vamos conseguir deixar as regras mais claras aos funcionários e almejar um mercado diferenciado, mostrando a qualidade do produto e agregando valor”. Ele prevê que dentro de dois a três meses possa conseguir o selo.
O criador Carlos Alberto Cunha, que já obteve o selo de certificação, diz que uma das vantagens é organizacional dentro da granja. “Os funcionários estão mais envolvidos com o processo, cada um sabe o porquê de cada detalhe que tem na granja, cada produto usado, até a papelada ficou mais organizada. Agora, quanto ao mercado, ainda não consegui convencer meu comprador a pagar alguma coisa a mais por ter o selo suíno, mas, se houver mais gente com o selo, acredito que o mercado pagará mais”.
O selo trará aos produtos suínos maior agregação de valor como nossa meta principal”, destaca o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira Júnior. “Vários tópicos constam da normatização para a estabelecimento do selo, como rastreabilidade, alimentação, bem-estar animal e tratamento de dejetos, entre outros”. Segundo ele, o selo levará aos consumidores garantias totais da produção da carne suína produzida no estado de São Paulo. “São normas rigorosas, pois privilegiamos a qualidade em detrimento à quantidade de granjas aptas a receberem o selo”.