Produtores esperam melhor preço do suíno vivo ao longo do tempo.
Três criadores ouvidos pelo site da APCS —Ovídio Sebastiani, Pedro Toselo e Roberto Cano Arruda— veem com otimismo o futuro da suinocultura, apesar das dificuldades financeiras vividas pelo setor há algum tempo.
Para Ovídio, a fase mais difícil do ano já passou como o carnaval e outras festividades que, de certa forma, não colaboram com o aumento nas vendas. Com a chegada do inverno a tendência, segundo ele, é haver um incremento no consumo da carne suína e o preço, que está muito defasado (R$ 45,46 o suíno vivo na bolsa de suínos realizada na segunda-feira, 14 de maio, em Campinas), tende a subir para R$ 55 nos próximos meses.
O preço ideal, na sua avaliação, deveria ficar entre R$ 65 e R$ 70, para cobrir os custos de produção e ter rentabilidade. “Nada vai pagar o prejuízo que tivemos em 2011 e até agora, mas seria ideal que o suíno ficasse em R$ 65 e R$ 70”.
Pedro Toselo observa que o preço está há muito tempo baixo e “estamos fazendo o possível para melhorá-lo”. Ele espera que daqui para a frente o preço comece a se recuperar porque é “a única forma de continuar com a suinocultura”. Do contrário, a tendência é o setor encolher ainda mais. Ele acredita numa virada no mercado, isto é, que o preço suba para o produtor, mas não arrisca um palpite. “Que a virada vai ocorrer não resta dúvida, porém não sabemos quanto tempo levará para isso ocorrer”.
Roberto Cano Arruda diz acreditar numa melhora do preço ao longo do tempo porque o estado de São Paulo é o maior “estômago” do país. “Com o aumento do poder aquisitivo da população e do consumo de proteínas de origem animal, não há dúvida de que o mercado deverá melhorar gradativamente, embora a gente dependa de alguns fatores externos como a exportação, entre outros. O país tem condições excepcionais de produzir”. Sobre o preço daqui a um mês, ele diz não ter bola de cristal já que o mercado é soberano. “Vamos depender muito da oferta e da demanda, que hoje estão equilibradas. Acredito que, sem grandes saltos, nossa atividade vai se viabilizar de forma sustentável”.