Dois novos estudos divulgados nesta quarta-feira (28) pela consultoria PG Economics, do Reino Unido, indicam que a adoção de lavouras geneticamente modificadas desde 1996 vem contribuindo para a redução na emissão de poluentes pela agricultura e impulsionado os ganhos econômicos de produtores em todo o mundo. Entre 1996 – primeiro ano de plantio de culturas transgênicas – e 2008, esses ganhos alcançaram US$ 52 bilhões, metade em ganho de rendimentos e metade em redução de custos de produção.
“A biotecnologia agrícola também propiciou ganho de produtividade e o aumento na produção mundial das principais culturas, como milho e soja”, destacou o diretor da PG Economics, Graham Brookes. De acordo com os estudos, nos últimos treze anos a adoção de culturas transgênicas garantiu uma produção adicional de 74 milhões de toneladas de soja e 80 milhões de toneladas de milho.
Do ponto de vista dos benefícios ambientais, graças à adoção de culturas transgênicas 352 mil toneladas de defensivos agrícolas deixaram de ser utilizados no mundo de 1996 a 2008, reduzindo o impacto destes compostos no meio ambiente. Só em 2008, a redução de emissão de gases de efeito estufa resultante da redução de aplicação de agroquímicos nas lavouras geneticamente modificadas equivaleu a remover da atmosfera 15,6 milhões de toneladas de CO2 – poluição similar à emitida por 7 milhões de automóveis em um ano.
“A combinação de ganhos econômicos aos produtores com benefícios ambientais é uma contribuição extremamente valorosa para a sustentabilidade da agricultura mundial e também à acessibilidade de alimentos”, observou Brookes.
Nos EUA, soja GM responde por quase metade dos ganhos
Nos Estados Unidos, maiores produtores mundiais de transgênicos, 43% dos ganhos (ou US$ 10 bilhões) são decorrentes do ganho de produtividade, enquanto 57% (ou US$ 13 bilhões) derivam da redução dos custos de produção nos últimos treze anos. A soja tolerante a herbicidas respondeu por quase metade (47%) dos benefícios dos produtores norte-americanos nesse período, gerando ganhos de US$ 11 bilhões, seguida pelo milho (US$ 7 bilhões).
Segundo o economista especializado em agronegócio, em 2008 havia 13,3 milhões de agricultores cultivando algum tipo de lavoura transgênica – número que aumenta conforme novas variedades ficam disponíveis aos produtores em seus países. O Brasil alcançou, em 2009, a segunda colocação entre os maiores produtores de transgênicos no mundo. Os estudos da PG Economics estão disponíveis na íntegra no website da consultoria: http://www.pgeconomics.co.uk .
Estudo brasileiro também apontou benefícios
Os estudos da PG Economics ratificam algumas tendências observadas pela terceira edição do estudo da consultoria Céleres para a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) divulgado no início de abril sobre os impactos da adoção de culturas transgênicas no Brasil. De acordo com a Céleres, o uso da agrobiotecnologia garantiu US$ 3,6 bilhões à agricultura brasileira entre 1998 e 2009, além de também ter observado benefícios ambientais, como redução no uso de defensivos agrícolas e no uso de água no manejo das lavouras. As informações são de assessoria de imprensa.