O Brasil arrecada US$ 400 milhões, por ano, com exportações de produtos exóticos como bile congelada (usada na produção de medicamentos), pé de frango, cérebro, diafragma, medula, testículo, pulmão, tendões e ligamentos de bovinos. Entre os países importadores estão Hong Kong, Nova Zelândia, Japão, Argentina, Singapura, Cuba, Vietnã e Áustria.
O país que lidera o ranking na aquisição desses produtos é Hong Kong, que no período de outubro de 2008 a outubro de 2009, comprou 14,5 mil toneladas de ligamentos, tendões e vergalhos e 3,5 mil toneladas de aorta congelada.
De acordo com o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, do Ministério da Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa, esses produtos são de pouco valor agregado no Brasil. “Quando não exportamos, a maioria é transformada em farinha de carne para produção de ração para cães e gatos. Os tendões e ligamentos de bovinos também usamos para preparar carnes enlatadas porque têm gelatina”, explicou.
Para realizar a certificação sanitária desses produtos são observados aspectos de saúde animal e saúde pública. “Solicitamos ao país importador as exigências em relação a esses dois aspectos. No caso da União Europeia, o bloco só compra carne bovina brasileira proveniente de área livre de aftosa com vacinação ou de Santa Catarina, que tem o status de área livre sem vacinação”, explicou Costa.
Abates – No País, são abatidos cinco bilhões de aves por ano, 30 milhões de bovinos, em estabelecimentos sob o Serviço de Inspeção Federal e 20 milhões de suínos. “Os locais que exportam estão sob inspeção permanente e as auditorias do Ministério da Agricultura nesses estabelecimentos variam entre mensal (Estados Unidos), trimestral (União Europeia) ou semestral (outros países)”, enfatizou Costa.