No último sábado me chamou atenção o preço de venda do lombo suíno em um supermercado de Brasília, R$ 21,99 o quilo do produto resfriado, e mesmo sendo um supermercado localizado em bairro nobre, acompanho os preços das carnes neste mesmo mercado há muito tempo, e ainda não tinha visto tal cotação. Em comparação com carnes correspondentes em termos de rendimento e qualidade, o preço do quilo do filé de peito de frango resfriado estava R$ 11,95 e o quilo do contra filé bovino era comercializado a R$ 24,90.
Os preços da carne suína subiram bastante nos últimos 02 anos, tanto para indústria quanto para o varejista, e logicamente chegaria ao consumidor. Tendo como parâmetro as cotações de preços divulgadas pelo Cepea, vemos que o preço do quilo do suíno vivo em outubro de 2014 é 19,95% maior que em outubro de 2013 e 49,84% maior que em outubro de 2012. A carcaça comum também se valorizou, sendo que a atual cotação é 12,83% maior que há um ano e 41,93% que há dois anos.
Apesar da euforia com a arroba do suíno ultrapassando R$ 100,00, ou seja, R$ 5,33/kg vivo, ontem em São Paulo, fica a pergunta de qual é o limite de preço para carne suína sob a ótica do varejo, do consumidor? Para mim está bastante claro que o atual preço em muito já ultrapassou o ponto de equilíbrio entre o lucro do produtor e o poder de compra do consumidor. Claro que em 2012 havia um forte desequilíbrio em favor do consumidor, com grave prejuízo ao suinocultor. No entanto, neste momento é exatamente o contrário, e a atual condição de preço não encontra suporte no varejo, é apenas combustível para uma situação de crise. No editorial desta semana falaremos mais sobre este assunto.