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Exportação

Quatro vezes mais!

<p>Um mês após o anúncio oficial da abertura do mercado chinês para o frango brasileiro, o País multiplicou por quatro o volume de carne exportada para a China.</p>

O Brasil quadriplicou o volume de carne de frango exportada para a China. Em junho, a avicultura nacional enviou ao país asiático 373,5 mil toneladas de frango, um aumento de 401% ante o mês anterior e de 423% sobre igual período de 2008. A maior parte desse volume saiu do Paraná, Estado que é líder em produção no Brasil. Do Porto de Paranaguá, saíram 294,6 toneladas, 79% do total exportado pelo país em junho. O volume é 295% superior ao registrado em maio de 2009 e 279% maior que o de junho de 2008. Ainda que expressivos, os índices estaduais são inferiores aos nacionais. Ou seja, apesar de ter incrementado o volume exportado, o Estado diminuiu sua participação no mercado chinês.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os primeiros embarques de frango brasileiro para a China aconteceram em fevereiro, ainda antes da abertura oficial, em junho. Até então, o produto brasileiro entrava no país via Hong Kong. “Para abastecer o Sul do país. Ainda não chegava à China continental”, explica Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef). O balanço da Secex mostra que entre fevereiro e maio todo o volume exportado pelo Brasil ao país asiático partiu do Paraná. Em junho, após a abertura oficial, o Paraná (79%) passou a dividir o mercado chinês com Goiás (14%) e Rio Grande do Sul (7%).

Agora, o Estado quer recuperar o terreno perdido. Para isso, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) quer aumentar o número de empresas paranaenses habilitadas a exportar carne de frango para a China. Atualmente, dos 33 abatedouros associados ao sindicado, 24 possuem habilitação para exportação. Desses, apenas seis são certificados por Pequim. Ainda assim, o Paraná é o segundo Estado em número de habilitações, atrás apenas de Santa Catarina, com oito. Na lista dos estabelecimentos autorizados pelos chineses, há ainda cinco exportadores do Rio Grande do Sul, dois de Mato Grosso do Sul, e um de Minas Gerais, Goiás e São Paulo.

De acordo com o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, a idéia é que as empresas que hoje já estão habilitadas a exportar para outros países – como o Japão, maior consumidor da carne de frango paranaense no ano passado – também possam enviar seus produtos à China. Segundo Martins, o Estado irá encaminhar um pedido formal ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para “convidar missões chinesas para virem ao Brasil conhecer de perto o padrão de qualidade da produção avícola paranaense”.

Mesmo com mercado aberto, burocracia trava negociações
Negociações políticas são fundamentais para a abertura de novos mercados, mas isso é apenas o começo. O exemplo de Santa Catarina prova que, para exportar, não basta ter abatedouros credenciados. Segundo no ranking nacional de produção e exportação de carne de frango, é o Estado que mais tem empresas habilitadas pela China. Mesmo assim, ainda não conseguiu entrar no país asiático

Seja em Santa Catarina, no Paraná ou nos outros cinco Estados que têm abatedouros autorizados, a reclamação é a mesma. As empresas relatam que mesmo após a abertura oficial do mercado chinês elas têm dificuldades para firmar contratos porque as licenças de importação demoram a sair. “Neste primeiro momento optamos por não comprometer um volume muito grande da nossa produção com a China porque é um mercado que ainda não está firme. O excesso de burocracia ainda dificulta as negociações”, observa Giovana Rosas, coordenadora de exportação de alimentos da Lar.

A cooperativa paranaense com sede em Medianeira (Oeste) é uma das seis empresas paranaenses auditadas pela China e que pode, desde o mês passado, exportar carne de frango diretamente para o país asiático. Até agora, entretanto, ainda não exportou. Os primeiros embarques estão previstos para agosto e devem absorver cerca de 15% da produção, conforme Giovana.