O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, disse hoje (1º/12) que as exportações brasileiras devem fechar o ano entre US$ 150 bilhões e US$ 152 bilhões. A afirmação foi feita durante entrevista coletiva sobre a balança comercial no mês de novembro e após análise do comportamento das vendas de produtos brasileiros para mercados estrangeiros.
De janeiro a novembro, as exportações brasileiras somam US$ 138,532 bilhões, valor que pela média diária (US$ 607,6 milhões) é 23,8% menor que o registrado no mesmo período do ano passado (US$ 797,1 milhões). “Sabemos que o crescimento das exportações brasileiras depende do aquecimento de mercados estrangeiros, entretanto acreditamos que haverá, em 2010, recuperação de pelo menos 10% das exportações e por isso estipulamos uma meta de US$ 168 bilhões para o ano”, ressaltou Barral.
Sobre como estimular o crescimento das exportações no ano que vem, Barral disse que um dos grandes desafios é retomar a presença brasileira em mercados importantes como os Estados Unidos, que ao longo de 2009, recuou 43,7%. “Os Estados Unidos são uma das prioridades para o MDIC em 2010, uma vez que nossas exportações para lá são majoritariamente de produtos industrializados e de alto valor agregado”, disse.
Barral também destacou a necessidade de o país recuperar as vendas de produtos manufaturados, que, ao longo do ano, acumulam queda de 28,9%. As outras categorias de produtos registraram os seguintes decréscimos: semimanufaturados 26,5% e básicos 15,1%.
Entre os manufaturados, as principais retrações foram sentidas nos embarques de veículos de carga (-53,4%), etanol (-42,2%), automóveis (-35,8%), óleos combustíveis (-35%) e bombas e compressores (-34,3%). No entanto, cresceram as exportações de açúcar refinado (30,9%) e de polímeros plásticos (2%).
No grupo de básicos caíram as vendas de petróleo em bruto (-32,7%), carne bovina (-26,8%), minério de ferro (-20,9%), carne suína (-19,4%), carne de frango (-19,2%), café em grão (-7,8%) e milho em grãos (-5,6%). Entretanto, foram registradas altas nas exportações de fumo em folhas (+13%), soja em grão (+8%) e farelo de soja (+6,1%).
No acumulado do ano, as importações totalizam US$ 115,330 bilhões, com média diária de US$ 505,8 milhões, cifra que é 27,6% menor que a registrada no mesmo período do ano passado. Nessa comparação caíram as aquisições de combustíveis e lubrificantes (-48,7%), matérias-primas e intermediários (-29,5%), bens de capital (-17,9%) e bens de consumo (-6,6%).
Mês – No mês, as exportações somaram US$ 12,653 bilhões, desempenho que, pela média diária (US$ 632,7 milhões), foi 14,2% menor que o verificado em novembro de 2008 (US$ 737,7 milhões) e 5,7% abaixo do valor registrado em outubro deste ano (US$ 670,6 milhões).
Em relação a novembro do ano passado, as exportações de manufaturados caíram 18,2%, sendo que os principais itens que apresentaram retração foram aviões (-46%), calçados (-23,3%), automóveis de passageiros (-21,3%), laminados planos (-10,3%), celulares (-8,3%) e autopeças (-5,1%).
As vendas de básicos para mercados estrangeiros retraíram 15,1% sobre novembro do ano passado. Nesse grupo de produtos os destaques foram soja em grão (-73%), minério de ferro (-28,6%), fumo em folhas (-18,6%), café em grão (-16%), farelo de soja (-13,4%) e petróleo em bruto (-9,5%). Entretanto, na mesma comparação, houve aumento das exportações de carne suína (+55,2%), carne bovina (+25,2%), milho em grão (+11,5%) e carne de frango (+3,9%).
Os produtos semi-industrializados registraram leve retração de 0,3% e as maiores quedas foram nas vendas de ferro fundido (-85,9%), óleo de soja em bruto (-62,5%), semimanufaturados de ferro e aço (-43,1%) e celulose (-2,4%). Por outro lado, cresceram os embarques de açúcar em bruto (+87,7%), alumínio em bruto (+72%), ferro-ligas (+15,7%) e couros e peles (+10,7%).
As importações no mês somaram US$ 12,038 bilhões e, pela média diária (US$ 601,9 milhões), foram 8,2% menores que o resultado em novembro de 2008. As aquisições brasileiras de matérias-primas e intermediários, no período, caíram 17% e combustíveis e lubrificantes, 11,4%. Na mesma comparação, aumentaram as importações de bens de consumo (+11,7%) e bens de capital (+1%).